O mercado de suínos está vivenciando um novo patamar nos preços de venda no mês de junho, impulsionado por uma combinação de demanda robusta e ajustes na oferta, refletindo um cenário de alta.
O mercado mais equilibrado e a estabilidade na produção de suínos estão começando a gerar melhores preços para os produtores. Dados de abate oficiais do primeiro trimestre de 2024, juntamente com informações extraoficiais de abril e maio, indicam um leve aumento na produção, inferior a 3%. O crescimento aponta que a oferta interna de carne suína permanece estável.
As cotações do suíno vivo para abate mantiveram-se estáveis, com pequenas oscilações devido à demanda ao longo do mês, considerando um leve aumento nas primeiras semanas com a entrada dos salários. No entanto, o cenário mudou em junho ao longo do período, conforme observado pelos preços na Bolsa de suínos de Belo Horizonte (BSEMG).
Resumidamente, as cotações na Bolsa de suínos de Belo Horizonte (BSEMG) superaram os R$7,00, com a bolsa fechando em alta por várias semanas consecutivas até o final do mês. Os indicadores são claros sinais de que os preços do suíno atingiram um novo patamar positivo no mês. O padrão de aumento também foi observado nos preços da carcaça suína em São Paulo.
Por outro lado, a carne bovina, com volumes de abate superiores aos do ano passado, mostrou uma tendência de queda nos preços em junho. O movimento contrastante entre carne bovina e suína resultou em uma redução da diferença de preços entre as duas carcaças (redução do spread) até o dia 21. Já em 2021 e 2022, o quilograma de carcaça bovina chegou a valer mais que o dobro da carcaça especial suína, mas em junho deste ano, a diferença está próxima a 40%.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a diferença de preço entre a carcaça especial suína e a carcaça casada bovina em junho de 2024, é a menor desde novembro de 2020, quando o preço por quilograma da carcaça suína ultrapassou os 13 reais.
A redução na diferença de preço entre ambas proteínas evidencia a relativa escassez de carne suína no mercado atualmente. No entanto, isso pode limitar possíveis aumentos nos próximos semanas, caso o preço do boi não apresente uma significativa recuperação.
Contudo, em relação às exportações de carne suína in natura, maio continuou a registrar uma queda nos embarques para a China. No acumulado do ano, as importações chinesas de carne suína reduziram cerca de 40% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O país asiático, que historicamente absorveu mais da metade das nossas exportações, representou apenas 23,5% nos primeiros cinco meses de 2024, enquanto as Filipinas consolidam-se como o segundo maior comprador do Brasil.
Fonte: ABCS, adaptado pela equipe FeedFood.
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