O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA), calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, revelou que houve uma queda significativa de 15% nos preços pagos aos produtores agropecuário em apenas três meses.
De acordo com o IPPA/Cepea, a retração nominal acumulada entre os meses de janeiro a março deste ano foi de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2023, os preços pagos aos produtores agropecuários encerraram o ano com queda de 16%, em seguida já iniciaram 2024 em baixa.
Ainda na mesma comparação, considerando o cenário global, o Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Índice da FAO) recuou 4,5%, os industriais do Índice de Preços ao Produtor Amplo – Disponibilidade Interna (IPA-OG-DI produtos industriais) 13,2%, e a taxa de câmbio (R$/US$), 3,3%.
Já segundo os pesquisadores do Cepea, a retração do IPPA/Cepea no início deste ano está atrelada às quedas de 25,4% observadas para o IPPA-Grãos/Cepea, e de 11,7% para o IPPA-Pecuária/Cepea.
Entretanto, o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea apresentou uma considerável elevação nominal de cerca 45% no primeiro trimestre, o que impediu que a baixa no IPPA/Cepea não fosse mais intensa. Por outro lado, o IPPA-Cana-Café/Cepea permaneceu estável nos primeiros meses de 2024.
O que explica a retração do IPPA-Grãos/Cepea são as quedas observadas em praticamente todos os produtos considerados no Índice, com exceção ao arroz. A desvalorização no primeiro trimestre para o algodão foi de 20,1%; para o milho de 25,6%; para a soja de 29%; e para o trigo de 25%.
O cenário para o IPPA-Pecuária/Cepea foi o mesmo, com retrações em quase todos os produtos que compõem o Índice, com exceção ao frango vivo: arroba bovina (-16%), suíno (-10,8%), leite (-19,1%) e ovos (-2,4%).
Em relação ao avanço do IPPA-Hortifrutícolas/Cepea, o resultado se deve às valorizações observadas para todos os produtos que são considerados no Índice: batata (+67,6%), tomate (+30,5%), banana (+35,0%), laranja (+61,3%) e uva (+44,7%).
Fonte: Cepea, adaptado pela equipe FeedFood.
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