Natalia Ponse, da redação
João Paulo Monteiro, de Foz do Iguaçu (PR)
A quinta edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC) reuniu, entre os dias 19 e 21 de setembro, em Foz do Iguaçu (PR), o setor da piscicultura brasileira. Especialistas, profissionais e uma série de marcas focadas em soluções que promovem a sustentabilidade e a produtividade se uniram em prol do compartilhamento de conhecimento e fomento ao networking.
Ao todo, segundo a organização, foram cerca de 2,3 mil inscrições – número que representa um momento de otimismo para esta atividade. “Tivemos uma virada de chave em algumas cadeias, como é o caso da tilápia, com pacote tecnológico e investimento de empresas estrangeiras em sanidade, equipamentos, genética e seguridade”, destaca o presidente do IFC, Altemir Gregolin.
Conforme destaca o também ex-ministro, o mercado tem se ampliado, tanto o interno quanto o externo. E é neste contexto em que foi inserida esta edição do IFC. Crescendo exponencialmente desde sua primeira edição, hoje ele se consolida entre os maiores desta cadeia produtiva na América Latina, com delegações de vários países.
“Somos grandes no frango, no suíno, no bovino, e somos gigantes em termos de território e reserva de água e costa marítima”, pontua Gregolin, definindo: “E a aquicultura será grande também, não há dúvida disso; precisamos fazer o dever de casa, e o IFC tem esse propósito de contribuir o desenvolvimento dessa cadeia”.
E esse desenvolvimento não é um show solo – é uma orquestra. “Ficou evidente que, para a cadeia evoluir, é preciso unir produtor, indústrias de fomento, associações, governo e demais empresas para todos estarem no mesmo tom”, resume Gregolin.
De uma promessa de feira e evento para o recebimento de governadores, autoridades e comitivas de vários Estados e Países. Nossa equipe perguntou ao presidente do IFC se ele imaginava essa crescente, e ele respondeu: “Acreditávamos que, pela proposta que nós construímos e pelos diferenciais em relação aos outros eventos, a possibilidade de crescimento era muito grande; mas ele cresceu em uma velocidade maior do que a gente pensava, e com uma pandemia no meio do caminho. O setor sentiu firmeza, acreditou e crescemos em uma velocidade gigantesca, em tamanho e nível”.
E essa evolução tem um porquê nos bastidores: um grupo de mais de 50 profissionais – de empresas e da academia – ajuda a pensar a programação. “Uma programação alinhada com os assuntos que precisam ser debatidos pelo setor”, conclui Gregolin.
FOMENTO AOS NEGÓCIOS DA ÁGUA
A diretora Executiva da Fish Expo, Eliana Panty, destaca a participação recorde de empresas nesta edição. “Mais de 150 marcas aliaram seus nomes à Fish Expo e também à rodada internacional de negócios”, conta.
Nesta edição, em uma parceria junto à Abipesca e à Apex-Brasil, foi realizada a 4ª Rodada do Programa Exporta Mais Brasil. Com foco no setor de pescados, a ação reuniu seis compradores de diferentes partes do mundo, para rodadas de negócios com 14 empresas. O resultado? Um total de quase 16,5 milhões de dólares em negócios fechados durante o evento e em projeções para os próximos 12 meses.
“Nós, como organizadores, ficamos orgulhosos dos avanços que ocorreram nos últimos anos”, pontua Panty. Um desses avanços é o aumento na participação feminina no evento: saltou de 17% nas primeiras edições para quase 30% em 2023.
“São avanços que estão acontecendo na cadeia”, diz a diretora Executiva, acrescentando: “Sem dúvida nenhuma, vai ser a informação, a comunicação, o conhecimento e a tecnologia que vão fazer o Brasil dar um grande salto de produtividade, e esse ganho de produtividade será por meio desse pacote tecnológico, unindo conhecimento e tecnologia”.
De acordo com a FAO, 49% do comércio global de proteína animal vem da água. E, olhando para esse gráfico, Panty defende que o Brasil está na hora e no lugar certos, “com um bioma incrível e uma capilaridade que vai permitir o desenvolvimento nas mais diversas partes do País”.
PRÓXIMA PARADA: AMAZÔNIA
E a prova desse potencial vem da próxima realização de Altemir Gregolin e Eliana Panty: o IFC Amazônia, o primeiro grande evento da aquicultura da região amazônica.
O evento, pensado para reunir as lideranças dos países que compõem a bacia amazônica, já tem data marcada para os dias 3, 4 e 5 de dezembro, em Belém, no Pará.
A ideia, explica Panty, é reunir grandes especialistas – brasileiros e internacionais – para discutir o futuro da produção nessa região, que pode gerar uma proteína de alto valor, alinhando o nome e o valor da marca Amazônia, focado em sustentabilidade e na produção de pescados para o mercado internacional.
“Belém do Pará é uma região geograficamente estratégica, próxima ao canal do Panamá, pensando em exportação à Ásia; e também muito próxima da América do Norte”, explica a diretora Executiva, finalizando: “A produção de pescados vai posicionar o Brasil entre os grandes players globais de proteína vinda da água”.
A equipe da FeedFood acompanhou o International Fish Congress e trouxe os principais destaques do mercado apresentados na Fish Expo. Faça uma visita em nossas redes sociais, como LinkedIn e Instagram, para acompanhar vídeos e notícias na cobertura desta edição.
Os principais assuntos debatidos estarão na próxima edição da Revista FeedFood – o acesso é gratuito!
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