O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) divulgou na última terça-feira (19) que o governo japonês notificou a suspensão temporária das importações de ovos, aves vivas, carne de aves e seus subprodutos do Estado de Mato Grosso do Sul.
A suspensão ocorreu após a confirmação do foco no município de Bonito em uma criação de aves domésticas de subsistência. As medidas sanitárias estão sendo aplicadas pelo Serviço Veterinário Oficial para contenção e erradicação do foco, bem como estão sendo intensificadas as ações de vigilância em populações de aves domésticas na região. Não há estabelecimentos avícolas industriais nas áreas de risco epidemiológico ao redor do foco.
Até o momento, não há nenhum foco confirmado da doença em produção comercial. Desta forma, o país segue com status livre de influenza aviária de alta patogenicidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
A comercialização com os demais estados continua normalmente. O Brasil é líder nas exportações de frango para o mundo, respondendo por 35% do mercado global. Segundo dados do AgroStat (sistema de estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), Mato Grosso do Sul exporta ao país 18,4% de sua produção de carne de frango in natura.
POSICIONAMENTO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL (ABPA)
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou, por meio de nota, que apoiará o ministério nas tratativas para o restabelecimento das exportações de carne de frango provenientes do Mato Grosso do Sul para o Japão.
Mensalmente, o Mato Grosso do Sul exporta em torno de 2,5 mil toneladas de carne de frango para o Japão – equivalente a 0,7% das exportações mensais totais do Brasil. A seguir, leia trecho da nota na íntegra:
“Todas as unidades exportadoras presentes no estado são de empresas que mantêm plantas em outras unidades federativas. A expectativa é que haja uma reorganização do fluxo da exportação para que os impactos gerados pela decisão japonesa sejam minimizados.
Cabe lembrar que, apesar do entendimento das autoridades japonesas sobre a questão, as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) – que tem sido seguida por todos demais países – indicam suspensão de embarques apenas em ocorrências em produção comercial, o que não nunca ocorreu no Brasil. Exatamente por isto, o Brasil segue reconhecido pela OMSA como livre de Influenza Aviária.
Por fim, a ABPA reforça que todos os órgãos internacionais de saúde humana e animal atestam que os alimentos não são transmissores da enfermidade. Adicionalmente, a ABPA recomenda que, caso identifique alguma ave com sintomas da enfermidade (como andar cambaleante, pescoço torto e outros sinais anormais no animal), acione imediatamente o serviço veterinário mais próximo – e não toque na ave”.
Fonte: MAPA e ABPA, adaptado pela equipe FeedFood.
LEIA TAMBÉM:
Conab estima 16 milhões de toneladas de frango em 2024
Manual orienta sobre salmonela em tambaqui e peixes redondos