Na avicultura, o resultado de um lote já começa a ser definido desde o momento da incubação dos ovos e vai até o transporte e alojamento dos pintinhos. Um bom manejo dos pintinhos vai resultar em aves mais resistentes. Por isso, o médico veterinário e especialista em Incubação da Cobb-Vantress na América do Sul, Guilherme Seelent, enfatiza a importância de utilizar equipamentos e técnicas que garantam as melhores práticas de bem-estar animal. “Qualquer estresse, mesmo que seja por pouco tempo, pode ser prejudicial. Isso se torna ainda mais relevante quando nos referimos a pintinhos produzidos sem uso preventivo de antibióticos”, reforça o especialista.
Os animais recém-nascidos não possuem plena capacidade de controlar sua temperatura corporal, portanto, dependem do bom manejo humano para terem conforto. É preciso ficar atento aos parâmetros de temperatura corporal (40º C a 40,6˚C) e evitar um sobreaquecimento. Em caso de sobreaquecimento, as aves vão evaporar água por meio de ofegação, prejudicando sua respiração, oferecendo um risco maior de desidratação e consequente perda de peso. O sobreaquecimento é a causa mais comum de desidratação em pintinhos (perda de calor latente) e, para evitar que sobreaqueçam, o monitoramento da temperatura deve abranger as etapas do nascedouro, processamento, sala de criação e, por fim, no recebimento dos pintinhos na granja.
No nascedouro há estratégias específicas, sendo cruciais as monitorias da temperatura de cloaca, com um termômetro retal, 12 horas antes do saque e no momento do saque. O médico veterinário enfatizou a importância da manutenção rígida por meio de estratégias e uso de equipamentos adequados, evitando dessa forma, tanto o aumento da temperatura corporal, quanto uma possível queda, que é igualmente prejudicial ao desempenho dos animais. “O controle de redução da temperatura junto com a abertura dos dampers talvez seja a ferramenta mais eficiente no controle da temperatura dos pintinhos nos nascedouros”, menciona o especialista em Incubação da Cobb-Vantress na América do Sul, Guilherme Seelent.
O cuidado deve ser estendido à sala de processamento para evitar sobreaquecimento. A temperatura no interior das caixas de transporte deve ser de, no máximo, 32ºC, sendo importante lembrar que a essa temperatura pode estar entre 6 e 12˚C (11 e 22˚F) acima da temperatura ambiente, ou seja, em sala com set-point de 24ºC, pode variar entre 30 e 36ºC. Por isso, é extremamente importante deixar espaço para que haja fluxo de ar entre as pilhas de caixas; como regra prática, o espaço entre as pilhas de caixas deve ser suficiente para que se possa andar por entre elas
Assim como as etapas iniciais, o transporte merece cuidados especiais. É importante que os caminhões sejam adequados em questão de espaço, garantia de temperatura, circulação de ar, entre outros aspectos, bem como o motorista seja treinado para a atividade e possa acompanhar da sua cabine os indicadores de conforto do baú. Por fim, o desembarque deve ser rápido e os pintinhos precisam de acesso à água e ração de imediato. Caso sejam feitas amostragens de controle de qualidade e contagem, esses procedimentos devem ser realizados simultaneamente ao desembarque, por pessoas treinadas.
Já o monitoramento de mortalidade por áreas do caminhão vai ajudar a projetar correções futuras no transporte. “O comportamento dos pintinhos é uma das melhores ferramentas para avaliar as condições climáticas e o conforto das aves. Os pintinhos deverão mostrar-se calmos, respirando normalmente pelas narinas, com pouco ruído social e distribuídos uniformemente na caixa. Ao serem soltos no aviário, os pintinhos devem estar ativos, se distribuírem de maneira uniforme e procurando calmamente por água e comida”, concluiu o profissional da Cobb-Vantress.
Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.
LEIA TAMBÉM:
MAPA aponta dicas para compra de pescados