Na busca por manter a produção de tilápias durante o inverno no Sul do País, a produção indoor chegou à piscicultura da Região Metropolitana de Curitiba. O objetivo é adequar o manejo dos peixes durante os dias frios do ano com o auxílio de novas tecnologias, como estufas em tanques suspensos, que lembram grandes piscinas circulares.
O advogado Edson Henrique do Amaral, produz em Piraquara cerca de 10 mil quilos de peixes vivos por mês de diferentes espécies, e explica que a experiência bem sucedida abre novas possibilidades para a criação da proteína. “Para produzir em tanques escavados a quantidade de peixes que temos, seriam necessários 15 mil metros quadrados de lâminas d’água. Com tanques suspensos, qualquer pessoa que tenha um quintal em sua chácara pode adotar e ter uma renda razoável”.
O Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) ainda não fez o cálculo da área destinada a esse tipo de produção na Região Metropolitana de Curitiba e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) reconhece que a prática ainda é pontual, não acontece em grande escala, mas é uma alternativa que tem ganhado interesse da produção estadual.
Produção de tilápias se concentra no Oeste e no Norte do PR
O técnico do Sistema Faep, Alexandre Blanco, diz que “a piscicultura de água doce no Paraná é um mar de possibilidades”. A tilápia, que é o peixe mais cultivado do País, tem o Estado como líder absoluto na produção e segundo maior exportador. Grande parte dessa produção acontece na região oeste, onde predominam os viveiros escavados, com captação da água dos rios. Já na região norte, estão mais presentes os tanques-redes, que são gaiolas colocadas entre rios e represas, nas correntes naturais.
A terceira alternativa, de água recircular, como a utilizada nesse espaço da Região Metropolitana, exige alta tecnologia para o funcionamento. “O olho do produtor precisa estar 100% ali, com dependência do uso de energia, principalmente no período da noite, e análise frequente da água e dos peixes”, explica Blanco. “O investimento com essa tecnologia pode ser comparado ao de um aviário de frango de corte, que passa de R$700 mil”, pontua.
Estufas driblam amplitude climática da região de Curitiba
O cultivo protegido é bastante difundido no Japão e na Inglaterra. O professor da Universidade de Maringá e doutor em Agronomia, José Usan Brandão, conta que, por serem países frios, as estufas protegem as produções contra as temperaturas baixas. Por isso, a prática pode ser uma alternativa em crescimento na Região Metropolitana de Curitiba, que tem uma grande amplitude climática.
Para saber mais sobre o uso da tecnologia e quais são as áreas possíveis de serem utilizadas, acesse o material completo, clicando aqui.
Fonte: Gazeta do Povo, adaptado pela equipe feed&food.
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