O ano de 2024 ficará marcado na pecuária brasileira pelos recordes de abate, produção e exportação, ao mesmo tempo em que oscilou intensamente nos preços do boi gordo. O Indicador CEPEA/B3 (SP) registrou sua mínima no início de junho, com a arroba cotada a R$ 215,30. Esse período de baixa foi atribuído a pastagens ruins e vendas intensificadas pelos pecuaristas, especialmente de fêmeas, como estratégia para reduzir custos. Segundo o IBGE, o abate cresceu 21,2% no primeiro semestre em comparação a 2023, enquanto as exportações mantiveram média de 250 mil toneladas mensais.
A partir de agosto, os pecuaristas observaram uma virada no cenário. A maior demanda dos frigoríficos elevou os preços da arroba e incentivou uma valorização na reposição de animais. O mercado interno aquecido e o dólar valorizado continuaram a estimular exportações, que, até novembro, atingiram 2,65 milhões de toneladas, um crescimento de 28,7% em relação ao mesmo período de 2023. Contudo, a tendência positiva perdeu força no final do ano, com frigoríficos reduzindo compras e os preços recuando. Em dezembro, a desvalorização do boi gordo já ultrapassava 11%.
No segmento lácteo, o ano também foi de desafios, com a média de preços do leite ao produtor atingindo R$ 2,60/litro, um leve aumento real de até 1,5% frente a 2023. Apesar da estabilidade anual, os preços se mantiveram elevados até o terceiro trimestre, impulsionados pelo crescimento lento da oferta, custos estáveis e firmeza no consumo interno. A combinação de clima extremo e dificuldade na recuperação das pastagens limitou a expansão da produção, prolongando a alta dos preços até a entressafra.
A partir de outubro, as chuvas de primavera trouxeram alívio, favorecendo a recuperação da qualidade das pastagens e aumentando a produção, o que gerou uma inversão na tendência de preços. Mesmo com a queda nos últimos meses, o setor fechou o ano em patamares competitivos, reforçando o papel estratégico da pecuária e do leite na economia brasileira.
Fonte: Cepea, adaptado pela equipe FeedFood.
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