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Revoluções silenciosas

Mudanças na pecuária brasileira impulsionam o país na liderança global na exportação de carne
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Camila Santos | camila@dc7comunica.com.br

A reunião do mês de agosto de 2024 da Asbram, realizada em São Paulo (SP), trouxe em sua programação uma palestra focada no mercado do boi gordo brasileiro. Para contextualizar o tema e gerar informações assertivas, a associação convidou Alcides Torres, pesquisador da Scott Consultoria, para falar sobre os “Novos Ares no Mercado do Boi Gordo”.

Em sua apresentação, o pesquisador afirmou que o setor tem passado por grandes transformações ao longo dos anos, as quais impulsionaram o País a se tornar o maior exportador de carne bovina do mundo. De acordo com ele, esses avanços podem ser entendidos por meio de algumas revoluções silenciosas, como a introdução do capim africano e seu melhoramento genético para maximizar a captura de energia solar e aumentar a produção de proteína bruta foi um dos primeiros marcos. “Outro avanço significativo foi o melhoramento genético do gado zebu, que resultou em uma qualidade superior até mesmo em comparação ao gado original da Índia. A terceira grande revolução foi a suplementação mineral, essencial para a adaptação do gado aos solos pobres e ao clima tropical brasileiro”, destacou.

Para ele, esses três fatores permitiram que a pecuária nacional atingisse o patamar atual, enfrentando desafios de solo e clima que muitos outros países não possuem. “Hoje, a genética avança para produzir gado mais precoce e adequado às novas exigências do mercado, como o Nelore redondinho de perna curta, uma evolução do tradicional Nelore pernalta dos anos 70. Com décadas de trabalho árduo e estratégico, o Brasil se consolidou como um líder global na produção de carne”, informa.

Torres sublinha que a volatilidade do mercado exige uma monitorização constante não apenas do mercado de carnes, mas também de outros setores interligados, como grãos, coprodutos, terra, celulose, leite, entre outros. A complexidade do mercado atual demanda uma visão integrada e adaptável, pois mudanças geográficas e de consumo ocorrem rapidamente, impactando diretamente as estratégias de produção e comercialização.

Outro fator que pede atenção é o ciclo pecuário – essencial para entender a dinâmica do mercado de carne bovina. “Esse ciclo é regido pela oferta e demanda de bezerros e matrizes, que afeta diretamente o preço do boi gordo. Atualmente, o mercado está em uma fase de rompimento de patamar. Houve um recorde de abate de fêmeas, com quase 47% de participação de fêmeas no abate total de bovinos. Isso não foi resultado de manipulação de mercado, mas, sim, de uma política de aproveitamento máximo das oportunidades do mercado, seguindo a lógica de maximizar os lucros em tempos de abundância. Qualquer um aqui faria o mesmo”, comentou Torres, destacando que a pressão para obter vantagens financeiras é uma constante no setor.

Você pode ler a coluna ASBRAM NEWS, na íntegra e sem custo, acessando a página 50 da edição de setembro (nº 209) da Revista FeedFood.

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