João Paulo Monteiro
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De um mero subproduto da produção de queijos, ao longo dos anos o soro do leite se transformou em um ingrediente de alto valor agregado. E uma das principais vozes que contribuíram para esta valorização foi e continua sendo a Arla Foods Ingredients.
Sediada na Dinamarca, a gigante do setor não apenas se destaca como uma das grandes cooperativas de laticínios do mundo, mas também é a maior produtora global do ingrediente, com atuação em mais de 50 países.
Quem detalha essa história e apresenta mais informações é o gerente Comercial da empresa no Brasil, Sergio Moraes.
“Nas décadas de 80 e 90, o soro, resultado da produção de queijo, era simplesmente descartado nos rios e córregos, resultando em problemas ambientais. Nesse cenário, a Arla Foods Ingredients percebeu o potencial não explorado do ingrediente, ao entender que ali havia um produto com alto valor agregado de nutrientes, especialmente a proteína”.
E assim a empresa passou a oferecer ao mercado o Perlac® 850, um permeado em pó com alto teor de lactose. No contexto da produção animal, a suinocultura é um dos setores mais beneficiados por esse avanço.
A solução da Arla Foods Ingredients atua diretamente em um dos maiores desafios enfrentados pelos suinocultores: a perda de peso durante a desmama. “Trata-se de um período crítico”, afirma Sergio e completa: “A lactose presente no produto desempenha papel fundamental nessa fase de transição”.
De acordo com a própria empresa, o efeito da fonte de lactose foi pesquisado em um estudo realizado em 2010 pelo INTA, o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária da Argentina. Na ocasião, um grupo de 420 leitões foi alimentado e desmamado com 21 dias.
Os resultados mostram que o desempenho a partir da alimentação com maltodextrina foi inferior àquele com soro de leite doce em pó ou Perlac® 850.
Além de fonte de lactose para os animais jovens, o produto estimula um aumento no consumo da ração, desempenhando papel crucial na absorção de nutrientes essenciais, como cálcio, magnésio e zinco.
Os impactos positivos extrapolam o desenvolvimento dos leitões, conta Sergio. O Perlac® 850 também propicia uma série de ganhos operacionais.
“Isso se deve, em grande parte, à menor higroscopicidade do produto”, explica o executivo. Ou seja, como o Perlac® 850 tem uma menor capacidade de absorver água, isso facilita o escoamento, seja em sistemas de rosca ou em processos de diluição em meio aquoso.
Essa característica resulta em benefícios tangíveis durante o processo de mistura nas fábricas de ração. “Leva-se menos tempo para integrar todos os pós quando se trabalha com uma matéria-prima que possui menor higroscopicidade. Isso otimiza o tempo de produção e contribui para uma operação mais eficiente e econômica”, explica Sergio.
Nesse contexto, o gerente Comercial esclarece como o diferencial do processo industrial do Perlac® 850 contribui para a qualidade superior do produto final. “O que realmente diferencia e assegura uma qualidade ao longo do processo é a etapa crucial de cristalização da lactose, que ocorre antes do processo de secagem”, afirma e argumenta: “O procedimento é fundamental na garantia de um produto final com uma capacidade reduzida de absorver água”.
Já a secagem em si é realizada em um sistema de spray dry de alta tecnologia. O equipamento controla a pressão e gerencia a temperatura de forma precisa durante o processo. “O objetivo é secar na temperatura mais baixa possível, para preservar as características organolépticas do produto”, destaca o gerente.
A atenção aos processos garante a estandardização do produto ao longo do tempo. “Um aspecto fundamental na comparação com outros ingredientes”, reforça Sergio, que confirma: “O Perlac® 850 é produzido há mais de 10 anos mantendo padrões consistentes de cor, odor e sabor. Isso é de extrema importância para um sólido lácteo, e alcançar essa consistência ao longo do tempo é uma tarefa desafiadora”.
Isso porque é comum se deparar com variações de sabor, cor e odor na indústria do soro de leite, até mesmo dentro do mesmo dia de fabricação ou do mesmo lote. E o motivo é o recolhimento de soro líquido de vários tipos de produções de queijo.
“Se eu realizar apenas a coleta e secagem, o processo resultará em um produto com variações sensoriais organolépticas, pois em diferentes momentos posso obter soro de queijo parmesão, em outros, com maior presença de queijo gouda, e em seguida, com predominância de muçarela”, exemplifica o profissional.
Deste modo, no processo de produção do Perlac® 850 há uma padronização das misturas líquidas de soro antes da secagem. “Recorremos a soros de distintos tipos, mas realizamos uma padronização em tanques gigantes, buscando a estandardização do líquido antes da secagem”.
O resultado é um ingrediente padronizado, e o suinocultor ou a fábrica de ração não enfrentará interferências sensoriais, de viscosidade ou de volumetria.
Ciente da importância do soro do leite para a suinocultura, a Arla Foods Ingredients segue comprometida em levar esses benefícios à toda indústria.
“Temos tecnologia avançada, expertise consolidada e uma equipe técnica de apoio dedicada, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Contamos com o respaldo e relatos positivos de clientes que utilizam nosso produto, reforçando sua eficácia”, resume Sergio.
O gerente convida o mercado a aprofundar seu conhecimento sobre o Perlac® 850, compreendendo não apenas seu preço, mas principalmente sua funcionalidade, eficiência e seus impactos positivos: “São benefícios reais e que só o cliente consegue mensurar, como a redução do tempo dos processos, aumento do shelf life e melhorias sensoriais, sem a necessidade de alterações frequentes em fórmulas”, elenca.
Assim, a mensagem central é clara, conclui Sergio: “Não é apenas sobre o preço. É sobre a compreensão de que este ingrediente é estratégico e desempenha papel vital nas formulações da indústria”.
