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Produção sem antibióticos: o que extrair do exemplo europeu?

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João Paulo Monteiro, da redação

joão@ciasullieditores.com.br

A população global segue em expansão e demanda alimentos com qualidade, seguros e acessíveis. Diante do desafio, Detlef Kampf esclarece: “Não é necessário o uso de antibióticos para manter animais saudáveis”.

Estudioso com doutorado em nutrição animal, Detlef Kampf atualmente é head de Nutrição Animal da DLG, a Sociedade Agrícola Alemã.

Como conta, a Europa possui uma extensa lista de antibióticos banidos da produção animal. A experiência adquirida pode ser aproveitada pelos brasileiros, ele acredita.

“Banimos diversas substâncias sem perder os ganhos na produção. Para isso é fundamental treinar os produtores, fornecendo suporte de consultores e especialistas. Não basta proibir e forçar os produtores a fazerem essa transição sozinhos, é preciso dar apoio”, determina Kampf.

Com consumidores cada vez mais críticos e exigentes, é preciso estabelecer e difundir no Brasil as bases corretas para uma produção de qualidade sem antibióticos. E isso passa por investimentos, como em gestão, destaca o profissional alemão.

“Produtividade e qualidade andam juntas. Devemos nos atentar ao processo produtivo como um todo, a fim de evitar riscos oriundos de baixo nível de higiene, por exemplo, que significa risco sanitário, como no caso das micotoxinas”, realça Kampf.

Cuidados desde o início são primordiais e vão desde os grãos, passando pela colheita, armazenamento, transporte e como misturamos na dieta, ele acrescenta.

“Ao fim do dia, temos a missão de alimentar a população global, que será próxima a 10 bilhões de pessoas em 2050. E temos que nos preocupar em como ser eficientes e ter uma produção saudável, tanto para os humanos quanto para os animais”, sintetiza Kampf.

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