A produção mundial de pescados, que engloba a aquicultura e a pesca, foi de 185 milhões de toneladas em 2022, com valor agregado de US$ 452 bilhões. É o que aponta a estatística da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Para o pesquisador Luiz Eduardo Lima, a cadeia de pescados é a que tem o maior volume entre as cadeias de produção de proteína animal e é a mais consumida no mundo. Ainda conforme ele, a evolução desta cadeia está relacionada à demanda crescente por pescados.
Entre 1961 e 2022, o consumo de pescados tem crescido em média 3% ao ano. “Isso é superior ao crescimento médio de todas as proteínas terrestres combinadas [2,7% ao ano] no mesmo período”, acrescenta o pesquisador, recém-transferido para o centro de pesquisa após dez anos de atuação na Embrapa Pesca e Aquicultura (TO).
O ano de 2002 também marca a primeira vez em que a produção da aquicultura superou a da pesca, estagnada por problemas na exploração dos recursos pesqueiros. O consumo mundial de pescados é de cerca de 20,6 kg/habitante/ano, e tem sido observada a substituição de produtos da pesca por produtos da aquicultura.
Segmento em franca expansão em todo o mundo, a aquicultura passa a ser uma das linhas de atuação da Embrapa Cerrados. Desde o início deste ano, a unidade tem interagido com potenciais parceiros para discutir possíveis ações de pesquisa e desenvolvimento e de transferência de tecnologia sobre o tema na região do Bioma Cerrado.

A aquicultura é a ciência que estuda a produção racional de organismos aquáticos como peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios, répteis, algas e plantas aquáticas para consumo humano. “Há uma grande demanda da sociedade e do setor produtivo aqui no Distrito Federal para que a Embrapa Cerrados também trabalhe na aquicultura, somando-se às instituições que estão aqui e sendo mais um player nessa área que tem uma geração de renda muito alta e uma capacidade ímpar de integrar diversos sistemas de produção”, explica o chefe-adjunto de pesquisa e desenvolvimento da unidade, Eduardo Alano.
Aquicultura brasileira
Ainda pouco relevante no cenário mundial, a aquicultura brasileira tem grande potencial de expansão, segundo o pesquisador Luiz Eduardo Lima. A atividade tem crescido significativamente nos últimos anos. Entre 2000 e 2022, a produção passou de 172 mil toneladas para 738 mil toneladas. O IBGE estimou em R$ 10,2 bilhões o valor da produção nacional para 2023, cifra 16,6% superior à do ano anterior.
O carro-chefe da aquicultura nacional é a piscicultura de água doce, com produção de 655 mil toneladas (R$ 6,7 bilhões) em 2023, 5,8% superior à do ano anterior. A tilápia é o peixe mais criado no País (67,5% do total) e a produção cresceu 7,6% em relação a 2022. O Brasil já é o quarto maior produtor mundial da espécie. Na produção de animais marinhos, o destaque é a criação de camarões em viveiros (carcinicultura), com produção de 127,5 mil toneladas (R$ 2,6 bilhões) e crescimento de 13% em relação a 2022.
Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe FeedFood
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