Itens que estavam com preços altos, como o quilo da carne bovina, apresentaram queda nos preços em mais de 14 capitais, segundo dados do Dieese deste mês. As quedas ficaram entre -3,09%, em Natal, e -0,10%, no Rio de Janeiro.
As elevações foram registradas em Campo Grande (1,84%), João Pessoa (1,47%) e Curitiba (1,35%). Em 12 meses, todas as cidades tiveram diminuição do valor médio, com destaque para São Paulo (-9,47%).
A oferta interna de carne foi maior, mesmo com o aumento das exportações, mas a demanda continuou enfraquecida por causa dos altos preços praticados no varejo. Segundo Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza (empresa especializada em comércio exterior), o fator principal para a diminuição do preço da carne está ligado ao preço de grãos, que tiveram uma queda no valor este ano.
“Nos últimos anos, os produtos se tornaram mais caros, principalmente com o impacto da Guerra da Ucrânia, fazendo com que o custo total para a pecuária ficasse mais cara naquele período. Desta forma, os produtores podem ter uma expectativa melhor para esse ano, até mesmo considerando a exportação da carne brasileira”, declarou o executivo.
Um dos itens mais consumidos pelos brasileiros, o leite integral, apresentou alta em 14 capitais. As maiores elevações mensais ocorreram em Belém (4,80%) e Fortaleza (3,77%). Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou aumentos em todas as cidades, com taxas entre 7,70%, em Vitória, e 24,19%, em Recife.
A entressafra do leite reduziu a oferta no campo e elevou o preço dos derivados. Para Fábio, ‘a precificação do leite não depende apenas do desejo do estabelecimento em lucrar mais.
“A alta dos combustíveis e a escassez da oferta de grãos, agravada pelo conflito na Ucrânia, impactam no valor final do alimento. Não somente a agricultura, mas todas as esferas de consumo dependem da importação, dependem dos combustíveis”, disse e finalizou: “Manter-se informado sobre esses processos permite compreender que se há choque em alguma parte da produção, mesmo parecendo distante, o consumidor sentirá a diferença nos preços’’.
Fonte: AI, adaptado pela equipe FeedFood.
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