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Plano Real: a estabilidade que o produtor rural precisava

Patrícia Arantes de Paiva Medeiros é diretora executiva da Sociedade Rural Brasileira
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Patrícia Arantes de Paiva Medeiros, diretora executiva da Sociedade Rural Brasileira

Há 30 anos, o Brasil vivia uma era de incertezas econômicas. A inflação galopante corroía salários e rendimentos, inviabilizando a gestão financeira de famílias e empresas.

Nesse cenário, o setor do agronegócio sofria duplamente: além dos desafios intrínsecos à produção rural, os produtores enfrentavam a imprevisibilidade de preços e custos, que tornava o planejamento a longo prazo uma tarefa quase impossível.

A implementação do Plano Real, em 1994, marcou o início de uma nova era para a economia brasileira. Com uma série de medidas que incluíram a criação de uma nova moeda, o controle da inflação e a reestruturação do sistema financeiro, o plano conseguiu estabilizar os preços e restaurar a confiança dos agentes econômicos. Para o produtor rural, a estabilidade trouxe benefícios inestimáveis – apesar de mensuráveis para previsão de lucros e aumento da competitividade.

Antes do Plano Real, a inflação elevava continuamente os custos de produção, forçando os produtores a reajustarem preços constantemente e dificultando a obtenção de crédito. A incerteza prejudicava os investimentos e comprometia a capacidade de inovação do setor.

Patrícia Arantes de Paiva Medeiros é diretora executiva da Sociedade Rural Brasileira (Foto: divulgação)

Com a estabilização da moeda, o produtor rural passou a contar com um ambiente econômico previsível, que permitiu um planejamento mais eficaz e a realização de investimentos de longo prazo.

A estabilização dos preços também trouxe maior competitividade ao agronegócio brasileiro. Com custos mais controlados, os produtos brasileiros puderam competir de igual para igual no mercado internacional. A previsibilidade econômica atraiu investimentos estrangeiros, contribuindo para a modernização das práticas agrícolas e o aumento da produtividade.

Além disso, a estabilidade proporcionada pelo Plano Real permitiu ao produtor rural maior acesso ao crédito. Bancos e instituições financeiras passaram a operar em um ambiente de menor risco, o que facilitou a oferta de linhas de financiamento com prazos e juros mais favoráveis.

O acesso ampliado ao crédito impulsionou a mecanização e a adoção de novas tecnologias, fatores essenciais para o aumento da produção e a consolidação do Brasil como um dos maiores exportadores de produtos agropecuários do mundo.

No entanto, é importante reconhecer que a estabilidade econômica, embora crucial, não resolve todos os desafios do agronegócio. Questões como infraestrutura, políticas de incentivo, acesso a mercados internacionais e sustentabilidade ambiental ainda demandam atenção contínua.

Olhando para os próximos anos, é fundamental que o legado do Plano Real seja preservado e aprimorado, garantindo que a estabilidade econômica continue a servir como base para o desenvolvimento do agronegócio.

Ao celebrar os 30 anos do Plano Real, reafirmamos a importância de políticas econômicas responsáveis e voltadas para o crescimento sustentável, assegurando um futuro promissor para os produtores rurais brasileiros e para a economia do país como um todo.

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