Os preços da carne bovina, que registraram alta de 20,8% em 2024, seguem em tendência de valorização, refletindo mudanças no ciclo pecuário, exportações recordes e avanços tecnológicos no setor. As perspectivas apontam para a manutenção desse cenário até 2026, criando um ambiente favorável para produtores de diferentes portes.
A redução na oferta de animais, impulsionada pela retenção de fêmeas para reprodução após anos de abates elevados, é um dos principais fatores por trás da valorização. Em paralelo, o Brasil atingiu um recorde histórico de exportação em 2024, com 2,8 milhões de toneladas de carne bovina embarcadas, representando um aumento de 25% em relação ao ano anterior. Essa expansão fortaleceu a posição do país como líder global no setor e gerou novas oportunidades para o mercado interno e externo.
Jaqueline Casale Pizzolato, diretora comercial da Casale, destaca que o momento é propício para investimentos em tecnologia. Segundo ela, ferramentas modernas que otimizam o manejo reprodutivo, reduzem desperdícios e aprimoram a nutrição do rebanho são essenciais para aumentar a eficiência produtiva e atender às demandas crescentes. “Pequenos e médios pecuaristas podem adotar tecnologias acessíveis para ampliar sua competitividade, enquanto grandes produtores têm a oportunidade de escalar suas operações com foco em sustentabilidade e rastreabilidade,” afirma Jaqueline.
O cenário de valorização reafirma a relevância do Brasil como potência no setor de proteína animal. “Mesmo que, em alguns aspectos, a valorização da pecuária seja um movimento cíclico, é muito valioso para o produtor. É uma oportunidade de se reposicionar em termos de competitividade e inovação, garantindo que o Brasil continue com uma presença forte no setor,” conclui Jaqueline.
Fonte: Casale, adaptado pela equipe FeedFood.
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