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“Pastoreio Rotatínuo” repensa manejo de pastagem

Conceito, em base científica e expansão pelos País, prioriza o comportamento animal
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SCOT CONSULTORIA

João Paulo Monteiro, de Ribeirão Preto (SP)
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“Os bovinos querem encher a boca. Eles passam de oito a 12 horas comendo; é muito tempo. Então, é um baita problema caso o produtor não ofereça um pasto com a melhor estrutura possível”. O alerta é do zootecnista Paulo de Faccio Carvalho, professor do departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ao partir deste pensamento, o acadêmico apresentou o “Pastoreio Rotatínuo” durante o Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria. Tema diz respeito a um conceito de manejo baseado no comportamento animal que busca oferecer a melhor condição de pasto e, assim, propiciar o maior consumo de forragem em tempo.

Como explica Carvalho, o sistema é baseado essencialmente em dois fundamentos. O primeiro deles versa sobre quem decide como deve ser o manejo na pastagem. “Não é o pasto. Nós devemos seguir o que o gado quer, pois é o leite, a carne, a lã, quem paga a conta, e não o pasto”, explica.

Outro princípio é que o gado não pode perder tempo colhendo pasto. “Cada segundo que ele estiver em pastejo, tem que colher o pasto na máxima eficiência”, argumenta o professor e completa: “O gado prefere colher folhas em uma estrutura ideal, que é específica para cada tipo de pasto”.

De acordo com estudos citados pelo profissional, o gado colhe a metade superior, onde predominam as folhas, a parte mais nutritiva do pasto; e deixam a parte inferior, de baixa qualidade. A conclusão é que forçar os animais a colherem a parte baixa resultará em prejuízos. “Pegue o melhor e deixe o pior”, sintetiza Carvalho.

A edição de abril Revista Feed&Food explicará a fundo o conceito por meio de uma entrevista com o professor.

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