Por: Catarina Leão I especialista em Marketing para o Agronegócio
Como já abordamos nesta coluna, a comunicação no agronegócio vem passando por mudanças, e os profissionais que atuam nesta área enfrentam uma nova realidade: adaptar-se às exigências tecnológicas enquanto mantêm a autenticidade e relevância de suas mensagens.
Essa transição, é claro, não acontece sem desafios. Muito pelo contrário. À medida que o setor adota novas ferramentas digitais, os comunicadores precisam desenvolver novas habilidades, enfrentar questões éticas e lidar com uma quantidade cada vez maior de dados. Pensando nisso, listei três desafios que esses profissionais devem estar preparados para encarar:
- Adaptação às inovações
As inovações tecnológicas acontecem em ritmo acelerado. As ferramentas e plataformas que hoje são essenciais podem se tornar obsoletas em pouco tempo. Profissionais de comunicação no agronegócio precisam se atualizar constantemente, aprendendo a usar novos softwares, acompanhar as tendências do marketing digital e entender o impacto da IA na análise de dados e comportamento do consumidor. Isso exige um alto nível de flexibilidade e capacidade de navegar entre o que há de mais moderno com uma cultura mais conservadora e tradicional (comum no setor agro).
- Interpretação de dados
Com o avanço da IA, uma das maiores promessas para o setor é o uso de dados para a tomada de decisões. Os profissionais precisarão aprender a lidar com essa explosão de dados, coletando, interpretando e transformando grandes volumes de informações em estratégias de comunicação eficazes. Afinal, não basta ter acesso aos dados: a capacidade de analisar o comportamento do público, identificar padrões e ajustar mensagens de acordo com esses insights será fundamental.
- Habilidades multidisciplinares
Com a incorporação de IA e automação, espera-se que os profissionais de comunicação do agronegócio desenvolvam habilidades técnicas que vão além do domínio da comunicação tradicional. Será necessário aprender a trabalhar com essas novas ferramentas, lembrando que isso não substituirá as competências tradicionais da comunicação, como a capacidade de contar histórias envolventes, construir uma marca forte e cultivar relacionamentos de longo prazo. Profissionais que conseguirem unir essas duas esferas — o digital e o humano — estarão mais bem posicionados para liderar o futuro da comunicação no agronegócio.
Para finalizar a análise deste novo cenário, a pergunta que permanece é: os profissionais de comunicação do agronegócio estarão preparados para enfrentar esses desafios e garantir que as novas tecnologias sejam usadas para potencializar, e não substituir, a conexão entre as empresas e seus públicos?
Pois bem. O grande diferencial deste profissional será justamente a capacidade de equilibrar duas grandes forças: de um lado, a manutenção de uma comunicação genuína e empática, tão essencial para o setor; de outro lado, o uso integrado, potente e estratégico da tecnologia. E você? Está preparado para essa nova realidade?
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