Uma nova metodologia inovadora para medir a emissão de gases de efeito estufa na pecuária foi apresentada pela Embrapa durante a Expointer 2024, visando uma abordagem mais precisa e eficiente na quantificação desses impactos ambientais.
Em uma nota técnica elaborada pela Embrapa Pecuária Sul em colaboração com a Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (Sema), foi proposta a nova metodologia.
O documento foi lançado durante a Expointer deste ano e demonstra que a estimativa da emissão de GEEs pelos bovinos pode ser cerca de 30% menor daquela feita pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
De acordo com a pesquisadora Cristina Genro, da Embrapa Pecuária Sul, o IPCC é o organismo responsável pela regulamentação dos inventários globais de gases de efeito estufa, e estabelece as diretrizes metodológicas a serem seguidas pelos países que são signatários do acordo global para a mitigação desses gases.
A pesquisadora também explica que o IPCC utiliza três possibilidades para a medição da emissão desses gases por bovinos, sendo que todas são embasadas por informações qualificadas e ratificadas pela ciência.
A nota técnica apresenta e compara duas metodologias do IPCC para estimar as emissões de metano do rebanho de bovinos de corte no Rio Grande do Sul em 2022. A análise usa o “tier 1”, uma abordagem básica destinada a países sem dados específicos de emissão.
“Essa forma de avaliar estabelece para bovinos de corte uma emissão de 56 kg de metano (CH4) por cabeça por ano, considerando como referência um animal de 430 kg de peso corporal, sem levar em consideração o sistema de produção, a categoria do animal, a digestibilidade e a finalidade da produção”, analisou Cristina.
Outra abordagem do IPCC, conhecida como “tier 3”, envolve medir as emissões de gases em condições experimentais, avaliando o volume de gás emitido pelos animais em diferentes cenários de produção.
Segundo a pesquisadora, já existem pesquisas publicadas que podem fundamentar a aplicação dessa metodologia, proporcionando uma estimativa mais precisa das emissões na bovinocultura do Rio Grande do Sul.
A simulação, apresentada na nota técnica, mostra que o uso dos valores gerados pela pesquisa significa uma redução de 30,1% na estimativa da emissão do rebanho de bovinos de corte do estado, quando comparado com os dados oficiais utilizados pelo país em 2022.
Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe FeedFood.
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