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MULTIPROTEÍNA NA MISSÃO DE ALIMENTAR O MUNDO

Depois de anos na espera, setor voltou a se reunir na capital paulista no SIAVS, promovido pela ABPA. Negócios, produção sustentável e segurança alimentar estiveram em pauta - não mais restrita à avicultura
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Natalia Ponse, de São Paulo (SP)

natalia@ciasullieditores.com.br


Com um público recorde de 21 mil pessoas e negócios estimados em 544,3 milhões de dólares nos três dias (9 a 11 de agosto), podendo chegar a 800,3 milhões nos próximos 12 meses, a edição deste ano do Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs) refletiu nestes números o anseio do mercado pela volta dos encontros presenciais. 

Na abertura, o ministro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcos Montes, salientou como o encontro é prova da resiliência e solidez do setor. “É uma oportunidade para os brasileiros conhecerem a dimensão e contribuição do agronegócio para a economia brasileira; de conseguir enxergar que a atividade está sendo capaz de construir avanços mesmo em um cenário de dificuldades”, pontuou.

“Não somos mais o Brasil do futuro, mas o Brasil do presente. O mundo está interessado em nós”, disse Jair Bolsonaro

Ainda, o ministro reforçou o papel dos produtores brasileiros com relação ao meio-ambiente. A vilania atribuída a estes profissionais é injustificada, disse, e a realidade aponta justamente para o oposto: “Não paramos de produzir nenhum dia da pandemia. Temos o que há de mais avançado e moderno, desenvolvido pelos próprios pesquisadores brasileiros, e vamos cumprir nosso papel de garantir a alimentação da nossa população e de povos em todos os continentes. Os produtores são os heróis da segurança alimentar global”.

Também presente na abertura do Siavs, o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, endossou a fala do ministro. “Estive com a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (DG-OMC), Dra. Ngozi Okonjo-Iweala, e após nosso encontro ela afirmou ao mundo que, sem o Brasil, o mundo passa fome. Olhe nossa importância, onde nossos produtores chegaram, com cada vez mais tecnologia”, declarou.

Nestes últimos anos, disse o presidente, o papel do governo foi “não atrapalhar”. “Nosso objetivo é e continua sendo colaborar com o setor no enfrentamento aos desafios que acometeram a atividade, como pandemia, seca e guerra”, falou e acrescentou: “Não somos mais o Brasil do futuro, mas o Brasil do presente. O  mundo está interessado em nós, além das riquezas minerais, biodiversidade e uma terra maravilhosa propícia ao turismo, mas também, no nosso produtor rural”.

Esse interesse declarado pelo presidente ficou claro durante o Siavs, que atraiu para a capital paulista importadores dos mercados da Colômbia, Peru, Dinamarca, Coreia do Sul, Malásia, África do Sul, Filipinas, México, Tailândia, Nigéria, Iraque, Catar, República Dominicana, Alemanha e Estados Unidos, além de traders e outros tradicionais clientes dos produtos exportados pelo Brasil.

“Recebemos delegações de várias partes do mundo, e isso, junto ao apoio do governo, demonstra a confiança em nosso País. Temos uma cadeia produtiva unida, discutindo temas pensando no futuro. Sabemos da nossa responsabilidade no apoio à segurança alimentar global, e vamos colaborar com isso”, endossou o presidente Executivo da ABPA, Ricardo Santin.

Ricardo Santin define: “Levaremos esta mensagem ao mundo: não podem haver fronteiras para os alimentos”

O tema “Produção Sustentável: Caminhos para a Segurança Alimentar Global” permeou a programação do encontro, que reuniu  2,3 mil congressistas e 80 palestrantes em painéis envolvendo CEO’s, especialistas e líderes de agroindústrias do setor sobre projeções de futuro para a proteína animal, competitividade, gestão de crise, logística, questões técnicas sobre antimicrobianos, salmonelose e outros temas. 

Foram cerca de 200 expositores de equipamentos, insumos biológicos e farmacêuticos, rações e outros fornecedores de diversas áreas da cadeia produtiva que expuseram em mais de 20 mil metros quadrados suas tecnologias e produtos voltados para a produção de proteína animal. 

O presidente da ABPA ainda elencou algumas ações como destaques da experiência nesta edição. O Siavs Talks, por exemplo, reuniu incubadoras de empresas, instituições de pesquisa e acadêmicos, além de empresários do setor em um espaço exclusivo com apresentações inspiradas no formato TED, em meio à exposição comercial.

A feira também contou com o Siavs Experience. A proposta foi oferecer uma imersão na cadeia produtiva com uma área de mais de 70 metros quadrados destinados exclusivamente para a experiência com grandes telas de LED em um labirinto com jogos de espelhos, além de uma sala com projeção mapeada que promoveu uma ilusão de ótica em três dimensões. Tudo isso com a complementação do som e pelo cheiro de mata, liberado estrategicamente por odorizadores 

MULTIPROTEÍNA. O grande mote do fundador da Revista Feed&Food, Osvaldo Ciasulli, foi um dos grandes trunfos desta edição do Siavs, na opinião de Ricardo Santin. “O Osvaldo foi pioneiro ao propor essa ideia lançando a revista que une as principais proteínas; e, neste ano, realizamos esse sonho dentro do evento: colocamos as áreas de aves, suínos, ovos, peixes de cultivo, lácteos e bovinos para debater juntas o papel do Brasil na segurança alimentar do mundo”, afirmou.

A ação “SIAVS MultiProteínas” foi realizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Além das palestras multitemáticas, empresas envolvidas em diferentes atividades promoveram encontros com clientes do mercado interno e potenciais importadores, além de reuniões com stakeholders internos e internacionais. 

O apoio para transformar a ideia em realidade veio por meio da parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Para Francisco Medeiros, união das cadeias é “ganha-ganha para todos”

“Essa aproximação entre as associações faz muito sentido devido à sinergia entre as atividades. Hoje, boa parte dos produtores da Peixe BR, por exemplo, também é produtor de frango, e parte do pacote tecnológico aplicado na piscicultura surgiu pela experiência na avicultura e suinocultura”, definiu o presidente da entidade da piscicultura, Francisco Medeiros, acrescentando: “É o mesmo produtor, o mesmo mercado comprador e o mesmo consumidor. Somos todos brasileiros, produtores de proteína animal e a união é do interesse de todo mundo. É um ganha-ganha para todos”. 

O presidente Executivo da ABPA concordou. De acordo com ele, juntas, estas proteínas devem trazer ao Brasil mais de 25 bilhões de dólares neste ano. “Temos temas convergentes em todas as cadeias. Sem mexer em nossas estruturas, mas unidos, levaremos a mensagem ao mundo: não podem haver fronteiras para os alimentos”, finalizou.

A próxima edição do Siavs deve ser realizada entre os dias 6 e 8 de agosto de 2024, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).