O relatório mensal do Itaú BBA divulgou que o mercado pecuário em 2024 presenciou uma virada de ciclo marcada pela explosão nos preços do boi gordo, desencadeada por fatores conjunturais e pela valorização da cria, mesmo com o processo de retenção de fêmeas ainda em estágio inicial. Essa mudança de forças deverá se intensificar em 2025, já que a menor oferta de crias deve sustentar novas altas na reposição. No curto prazo, entretanto, a oferta sazonal tende a aumentar devido à melhora das pastagens e ao ciclo de descartes de fêmeas vazias, enquanto a demanda interna e externa reduzida no início do ano pode ajustar os preços temporariamente.
O mercado futuro indica um cenário promissor, com expectativa de alta de 27,5% na média anual dos preços do boi gordo em 2025, em comparação a 2024. Isso beneficiará os animais adquiridos no segundo semestre de 2024, quando os custos estavam mais baixos, garantindo boas margens de lucro. No entanto, para confinamentos previstos nos próximos meses, os bois magros adquiridos após novembro enfrentaram custos significativamente mais altos, o que exigirá um mercado aquecido para assegurar resultados positivos. A gestão de risco de preços será fundamental, especialmente para entregas no primeiro semestre, período marcado pela safra.
O cenário global reforça as perspectivas de valorização. Segundo o USDA, a produção mundial de carne bovina deverá recuar em 2025, com os maiores produtores (EUA, Brasil, União Europeia e China) reduzindo sua oferta. Nos Estados Unidos, a queda será de 4% (487 mil toneladas), enquanto no Brasil a redução estimada é de 0,8% (100 mil toneladas). Esse número é modesto, considerando o impacto esperado da retenção de fêmeas, que tende a se intensificar ao longo do ano.
Mesmo com desafios previstos, como a demanda inicial enfraquecida e os custos elevados para alguns confinamentos, o mercado pecuário brasileiro segue competitivo e bem-posicionado. O fortalecimento das exportações e a retenção estratégica de oferta no mercado interno devem garantir um cenário de alta nos preços e boa rentabilidade para os produtores ao longo de 2025.
Fonte: Itaú BBA, adaptado pela equipe FeedFood.
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