O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) se pronunciou sobre o pedido de algumas entidades do setor leiteiro para conter as importações de lácteos. A Pasta descartou qualquer movimento restritivo no comércio internacional, mas quer isentar a compra de equipamentos para agroindustrialização e facilitar a entrada de milho norte-americano para abastecer a cadeia.
No segmento, as compras são vistas como fator de desequilíbrio no mercado interno e de pressão negativa na rentabilidade dos pecuaristas brasileiros.
Segundo o secretário de Política Agrícola, César Halum, o ministério tem conversado com autoridades de Argentina e Uruguai, principais exportadores desses produtos para o Brasil, e analisado se há prática de dumping em alguma operação.
Halum afirmou que, como forma de incentivar os produtores, a Pasta vai encaminhar à Câmara de Comércio Exterior (Camex) um pedido para retirar a tarifa de importação de equipamentos para a industrialização do leite.
“Queremos proteger nosso produtor, mas nunca pensando em impedir algum tipo de importação. Isso fere a economia liberal e o tratado do Mercosul. Essa hipótese está descartada, impedir as importações jamais”, diz.
O ministério também tenta destravar a entrada de algumas cultivares transgênicas de milho usadas nos Estados Unidos por meio da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para que a cadeia possa comprar o cereal americano.
O secretário diz confiar no ajuste natural do mercado para reduzir a entrada de lácteos estrangeiros no país. “Como o preço mundial subiu, e hoje dá paridade, entendo que as indústrias brasileiras vão deixar de importar naturalmente para poder comprar o leite daqui. Isso vai equilibrando o mercado”, afirma.
Fonte: Valor Econômico, adaptado pela equipe feed&food.