O mercado de sêmen bovino desempenha um papel crucial no desenvolvimento da pecuária extensiva, permitindo a disseminação de características genéticas superiores, tanto para a produção de carne quanto de leite. A inseminação artificial se destaca como uma tecnologia reprodutiva essencial para o avanço da pecuária, garantindo melhoramento genético e aumento da produtividade de rebanhos. A importância desse mercado é evidenciada pelo recente crescimento nas exportações de sêmen bovino brasileiro, como revelado pelo INDEX da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) para o primeiro semestre de 2024.
De acordo com o relatório, as exportações de doses de sêmen bovino aumentaram 19% em comparação ao mesmo período de 2023, enquanto a coleta de doses registrou um crescimento de 5%. Esse avanço não se limitou às exportações: as importações de sêmen também cresceram 14%, evidenciando a robustez e a demanda contínua por genética de qualidade. Mesmo com a estabilidade nas vendas para o cliente final em relação ao ano passado, houve um crescimento significativo na comercialização para a pecuária leiteira, que aumentou 5% nos primeiros seis meses do ano.
Os dados foram coletados pelo Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea), parceiro da ASBIA na elaboração do INDEX, uma ferramenta considerada fundamental para entender o mercado e auxiliar na tomada de decisões estratégicas que favoreçam o desenvolvimento contínuo do setor.
O relatório também destacou que, embora as vendas de doses de sêmen para melhoramento genético de rebanhos de corte no mercado interno tenham caído 3%, as exportações desse tipo de material genético registraram um aumento expressivo de 28,31%, alcançando o maior volume dos últimos seis anos. Foram exportadas 257.122 doses de sêmen com aptidão para corte no primeiro semestre de 2024, contra 200.383 no mesmo período de 2023. Para a pecuária leiteira, as exportações de doses aumentaram de 187.719 para 203.841, um crescimento de 8,59%.
Além das exportações, as importações de sêmen com aptidão para corte aumentaram 25,71%, passando de 715.472 doses no primeiro semestre de 2023 para 899.518 em 2024. No segmento de pecuária leiteira, o crescimento foi ainda mais acentuado: as importações subiram de 1.633.097 para 1.766.945 doses, um aumento de 35,12%. A produção total de sêmen no primeiro semestre de 2024 também foi expressiva, com quase 500 mil doses a mais em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 8.839.762 doses.
O crescimento de 7,1% no mercado interno, considerando a produção e importação, reflete a crescente valorização da genética bovina pelos pecuaristas brasileiros, que veem na inseminação artificial uma ferramenta essencial para o avanço da produção de carne e leite. Esse cenário de expansão das exportações também reforça o reconhecimento e a valorização da genética bovina brasileira no mercado internacional, conforme aponta Cristiano Botelho, executivo da ASBIA.
Fonte: ASBIA, adaptado pela equipe FeedFood.
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