Camila Santos, de Gramado (RS)I [email protected]
Felipe Machado, da Redação I [email protected]
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Luis Rua, rebateu as declarações de Alexandre Bompard, presidente do Carrefour, que questionou a qualidade da carne brasileira. Rua classificou as críticas como infundadas e afirmou que as exportações brasileiras para a França são irrelevantes. “Este ano, exportamos zero quilos de carne de frango para a França. Em relação à carne bovina, foram cerca de dois contêineres, o que é insignificante diante da quantidade exportada pelo Brasil”, afirmou.
Segundo Rua, o Brasil é líder global na exportação de carne bovina e de frango, e as críticas não refletem a realidade. “Quando dizem que nossa produção não cumpre normas, isso não é verdade. A Autoridade Sanitária Europeia realiza inspeções no Brasil há mais de 40 anos, e continuamos habilitados a exportar para a União Europeia”, explicou. Ele também apoiou a decisão de frigoríficos brasileiros de suspender temporariamente as vendas ao Carrefour. “Se a carne não serve para o mercado francês, também não servirá para o brasileiro.”
O secretário apontou que as declarações do Carrefour podem estar relacionadas a questões protecionistas, especialmente no contexto das negociações entre Mercosul e União Europeia. “O acordo está próximo do fechamento, e vemos tentativas de pressionar nossos países com base em alegações sem fundamento”, disse Rua. Ele destacou ainda a resposta unificada dos Ministérios da Agricultura dos países do Mercosul, que repudiaram as acusações e defenderam a qualidade das proteínas da região.
A respeito do pedido de retratação pública feito pelo setor privado brasileiro ao Carrefour França, Rua indicou que o governo apoia a demanda. “É justo que o presidente do Carrefour reafirme a qualidade, sanidade e sustentabilidade da carne brasileira, especialmente considerando que 23% da receita da empresa vem do Brasil”, declarou. Ele concluiu reiterando que as relações bilaterais entre Brasil e França permanecem estáveis, apesar da controvérsia.
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