A importação brasileira de um lote de 25 toneladas de tilápias congeladas do Vietnã em dezembro de 2023 gerou preocupação para o setor. Com este cenário, a Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR) questionou o governo federal se houve análise de risco sanitário para a entrada do peixe no território nacional.
O ministro da Pesca, André de Paula, em audiência no Senado Federal e em notas oficiais, foi categórico ao negar a existência de negociações para a importação de tilápia do Vietnã. A PeixeBR nesta terça-feira (16) chegou a indagar os ministérios da Agricultura e da Pesca sobre o assunto, mas ainda não teve resposta.
A possibilidade de abertura deste mercado, apresentada no final do ano passado, gerou preocupação no setor produtivo pois segundo a entidade, o Brasil não possui acordo sanitário para a compra do peixe do país asiático.
O presidente da PeixeBR, Francisco Medeiros, explicou que o Código de Saúde Animal Aquática da Organização Mundial de Saúde Animal (Onsa) recomenda a Análise de Risco de Importação (ARI) por espécie.
“Não temos conhecimento de nenhum acordo sanitário com Vietnã para a tilápia, desconhecemos a existência de ARI para a tilápia. Existia uma para o peixe panga, que do ponto de vista sanitário não tem validade, pois são espécies diferentes”, frisou Medeiros.
Além de obter conhecimento se o lote importado passou pelas análises de risco sanitários necessárias para garantir a segurança para o consumo, existem dúvidas sobre o custo da importação, tendo em vista que os valores pagos são inferiores ao custo de produção no País.
“Não temos desabastecimento, o setor está crescendo, produtores e indústrias fazendo investimentos. É a proteína animal que mais cresceu percentualmente nos últimos sete anos”, finalizou Medeiros ao relatar que a preocupação do setor também é econômica, sendo o Brasil o quarto maior produtor mundial de tilápia.
Fonte: Globo Rural, adaptado pela equipe FeedFood.
Mercado da tilápia conquista recorde em 2023