A carne cultivada em laboratório se tornou uma ameaça aos métodos genuínos de produção alimentar que estão no centro do modelo agrícola europeu. Com este cenário, os governos da Itália, França e Áustria alertaram a União Europeia sobre os riscos da comercialização da carne sintética nesta segunda-feira (23).
O alerta realizado entre Roma, Paris e Viena destacam os riscos das novas práticas que incluem a produção de carne com tecnologia de células estaminais, que requer tecidos de animais vivos. “O desenvolvimento desta nova produção de alimentos cultivados em laboratório levanta muitas questões que precisam ser discutidas a fundo”, pontuou a nota conjunta.
Os três países solicitam no relatório, apoiado pela República Tcheca, Chipre, Grécia, Hungria, Luxemburgo, Lituânia, Malta, Romênia e Eslováquia, que antes de qualquer autorização do comércio, a Comissão Europeia lance uma consulta pública completa sobre a carne cultivada em laboratório e realize uma avaliação de impacto abrangente e baseada em fatos.
O documento informa que os signatários ainda pedem “uma abordagem transparente, científica e abrangente para avaliar o desenvolvimento da produção de carne baseada em células artificiais”. A avaliação de impacto terá de abordar questões éticas, econômicas, sociais e ambientais, bem como nutricionais, de segurança sanitária, de soberania alimentar e de bem-estar animal.
“De acordo com as disposições da legislação comunitária sobre a definição de produtos à base de carne, os produtos à base de células nunca podem ser definidos como carne”, destacou o texto.
Em novembro de 2023, o plenário da Câmara da Itália aprovou definitivamente um projeto de lei contra a carne sintética. O texto, apresentado pelo ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, veta a produção e a venda de alimentos e rações constituídos, isolados ou produzidos a partir de culturas celulares ou tecidos derivados de animais vertebrados, bem como proíbe a denominação de carne para produtos processados contendo proteínas vegetais.
A carne, também chamada de artificial, cultivada, carne de laboratório ou carne de cultura, é produzida pela reprodução in vitro de células de animais – o produto final, portanto, não requer criação e abate de gado.
Fonte: A.C.C.S, adaptado pela equipe FeedFood.
Mercado da tilápia conquista recorde em 2023