Patrícia Bragante, da redação
No mercado como parte do agronegócio desde 2004, porém ganhando ainda mais força durante a pandemia do Covid-19 em 2020, o Environmental, Social and Governance, ESG como ficou conhecido, ganhou espaço em um estande através da FIA Business School, na 8° edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), realizado entre os dias 25 e 26 de outubro, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
A iniciativa da escola durante o evento veio com o objetivo de desmistificar as questões de aplicabilidade dos padrões e boas práticas que envolvem as siglas. “O que nós estamos buscando fazer nos nossos cursos é desmistificar o ESG, ele não é uma esfera inatingível, é algo que já está aqui e já fazemos muito bem. O nosso papel é desmistificar, comunicar, informar, educar, instruir, trazer exemplos, e, colocar o que fazemos nos grupos – grupo Alma, que é a Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio”, explica a professora de ESG da FIA, Sabrina Navarrete.
Para a docente, se não olhar para o E, para o S e para o G em conjunto, está mostrando para o mercado ser uma empresa que tem riscos, por não estar mapeando o perigo, tentando reduzir as ameaças. 2020, o maior exemplo disso, com a chegada da pandemia do Covid-19, momento em que o consumidor final passou a se perguntar de onde viria os alimentos que estavam ingerindo, causando impacto na cadeia produtiva.
As questões ambientais, sociais e de governança não se tratam apenas de gestão ambiental, de pessoas ou governança corporativa, quando se tem que comprovar os três pilares juntos. “Andam abraçados, e esses três pilares são o passaporte para você ter a perenidade do negócio”, destaca Sabrina.
Com a ação voltada para o público que vem ficando cada vez mais forte em diversos setores no CNMA, a FIA buscou divulgar e assim capacitar progressivamente as mulheres que serão responsáveis pela transformação de um futuro próximo, disponibilizando um núcleo somente para o agronegócio com MBA, cursos em company, e também treinamentos de ESG e palestras para as empresas.
“Ter uma mulher que sabe que o ESG vai ser um passaporte, se ela entende e olha para o negócio dela e fala assim, ‘nossa, isso tem sentido’. É ela que vai passar isso para os sucessores e para as gerações, o espelho ali na frente vai ser o que ela está plantando hoje. Então assim, iremos ter a perenidade do agro brasileiro. A importância do agro com a mulher encabeçando esse movimento de transformação e trazendo isso para dentro do negócio é essencial”, afirma a professora da FIA.
A ação para todo o público interessado, em especial o feminino, tem sido o motivo de maior orgulho para a instituição, com alcance na linguagem simplificada, que todos passam a entender o ESG, compreensível assim para que sejam capazes de ver que não é algo de outro mundo, que é possível e já estão fazendo.
Conforme o trabalho realizado com as produtoras rurais, no grupo Alma, uma Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio, a docente explica, “nós apresentamos os relatórios ESG das produtoras esta semana, e eu queria destacar a vontade que as mulheres do agro têm, e o carinho com que elas pegam essas demandas, internalizam dentro das propriedades, dentro da própria família, essa força de vontade, esse engajamento. Força de vontade e engajamento, são as palavras para definir a mulher do agro”, reforça Sabrina, concluindo.
Durante o evento, ao lado de outros convidados, estava presente no painel “A Evolução do ESG nas Organizações do Agro: Relato de Experiências do PENSA/FIA, a produtora rural e Gestora da Loschi Agronegócios, Hilda Andréa Loschi, que afirmou que o ESG é uma ferramenta mais positiva do que negativa para o produtor. “Vamos desmistificar, vamos perder o medo de enfrentar e fazer, mesmo que seja de forma simplificada. É uma forma muito interessante de demonstrar aquilo que já está pronto”, encoraja.