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Eucalipto tem papel vital na absorção de grandes quantidades de carbono

Florestas podem reduzir circulação de GEE na atmosfera
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O controle das emissões de gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) é essencial para reduzir o impacto ambiental da atividade pecuária e contribuir para o combate às mudanças climáticas. 

Um estudo liderado pela Embrapa Cerrados (DF), em colaboração com a Universidade de Brasília (UnB), revela que os plantios de eucalipto têm a capacidade de armazenar grandes quantidades de carbono tanto na biomassa da parte aérea quanto no solo, de forma similar às áreas de Cerrado nativo. 

Esse acúmulo de carbono, essencial para mitigar os gases de efeito estufa (GEE), especialmente o dióxido de carbono (CO2), foi constatado em resultados que apontam níveis elevados de carbono nos plantios de eucalipto e em uma área de vegetação natural analisada, com valores superiores a 183,99 toneladas por hectare (t/ha), principalmente concentrados no solo. 

A pesquisa destaca que as árvores, tanto naturais quanto plantadas, funcionam como drenos de carbono, absorvendo uma grande quantidade desse elemento durante o processo de fotossíntese e alocando-o em diferentes compartimentos, como biomassa aérea, raízes e resíduos orgânicos no solo. 

Além disso, ressalta-se que as florestas desempenham um papel vital no ciclo do carbono, reduzindo a circulação de GEE como óxido nitroso (N2O), metano (CH4) e CO2, e podem contribuir significativamente para mitigar o aquecimento global.

Pesquisa registrou fixação de mais de 674 toneladas de carbono por hectare proporcionadas pela espécie (Foto: divulgação)

O pesquisador Alcides Gatto, da UnB, um dos autores do estudo, destaca a importância de considerar a remoção de GEE pela vegetação em savanas, como os plantios de eucalipto, como uma medida relevante, mesmo que temporária, para a compensação de carbono no curto prazo. Ele ressalta que o ciclo de corte do eucalipto, geralmente entre sete e vinte e um anos para produção de papel e celulose, é uma prática comum no Brasil. 

De acordo com o Relatório Anual 2022 da Indústria Brasileira de Árvores, o Brasil possui aproximadamente 10 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 76% destinados ao plantio de eucalipto para diversos fins comerciais, como produção de carvão, papel e celulose, entre outros. Esse ciclo varia conforme o destino final da madeira produzida.

A pesquisadora Alexsandra de Oliveira, da Embrapa, ressalta que, embora haja uma quantidade significativa de estudos sobre o estoque de carbono no solo e a mitigação de GEE em áreas de Cerrado convertidas em lavouras ou pastagens, há uma lacuna de informações sobre o impacto dos plantios de eucalipto sobre esses estoques de carbono e as emissões de GEE. 

Além disso, os pesquisadores destacam que muitos estudos estão limitados à medição do carbono na biomassa do solo e acima do solo, havendo uma necessidade de estimar a quantidade de carbono nos diferentes compartimentos dos plantios de eucalipto, como raízes e biomassa morta no Cerrado.

Aerial view of a Eucalyptus plantation
Plantios podem ser usados para compensação de emissões (Foto: reprodução)

Nesse contexto, a pesquisa realizada buscou quantificar o estoque de carbono e a biomassa por compartimentos em plantios de eucalipto (híbrido Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) de diferentes idades, bem como estimar, por métodos diretos e indiretos, a biomassa e o estoque de carbono de uma área com vegetação nativa de Cerrado. 

O estudo foi conduzido na zona rural do Paranoá (DF), em áreas próximas com dois plantios de eucalipto – um com o clone EAC1528 de quatro anos e outro com o clone GG100 de seis anos – e uma área de Cerradão, uma das formações vegetais características do Cerrado.

Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe FeedFood.

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