Uma iniciativa visa formatar um plano de proteção e desenvolvimento da cadeia do leite, para ser apresentado aos governadores, no dia 22 de novembro, em Porto Alegre (RS), no ultimo encontro do ano do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul).
A iniciativa une as secretarias de Agricultura dos três Estados do Sul, a Aliança Láctea Sul Brasileira, e outras instituições de representação do agronegócio catarinense, como Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Federação das Cooperativas Ágropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), Associação da indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Aincadesc) e Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Santa Catarina (Sindileite-SC).
Durante reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira, na última segunda-feira (25), em Florianópolis (SC), representantes das instituições debateram o assunto. Em comunicado emitido ao setor, o grupo defende: “Perceber que um negócio ao qual você dedicou boa parte de sua vida, não é mais economicamente viável, é um momento agonizante e triste. Os produtores de leite brasileiros estão vivendo isso agora e estão chegando no limite, ao perceberem que esse modo de subsistência está sendo ameaçado por forças que estão fora do seu controle. Somente no Sul do Brasil, 100 mil produtores vivem essa crise sem precedentes, atingidos por uma espécie de “tempestade impiedosa” que caiu sobre o setor. A produção interna aumentou, o dólar baixou e o Governo Federal decidiu facilitar a entrada do leite importado da Argentina, espalhando dificuldades em todos os estados produtores”.
Em Santa Catarina, as importações de leite em 2023 dobraram, quando comparadas com o mesmo período do ano passado. A quantidade de agricultores reclamando da falta de atenção com o setor, aumentou de forma significativa e dezenas de propriedades estão dando a produção do leite como caso encerrado.
De acordo com o comunicado, o abandono da atividade começou em 1990, segundo a Secretaria de Agricultura de SC, quando existiam no Estado, 75.000 agricultores vivendo do leite. A pandemia reduziu essa quantidade, em 2022, para menos de 30.000 produtores. Agora, por causa da crise, as últimas estimativas afirmam que a queda impactou 9.000 produtores, restando apenas, por ora, 21.000 em atividade.
“A cadeia leiteira está presente nos 295 municípios, sendo uma das primeiras em importância social e a terceira em relevância econômica. “Estamos focados em como resolver essa crise. A importação dobrou nos últimos meses e não tem como conviver com esses preços, sem uma proteção aos nossos produtores de leite”, comentou Valdir Colatto, secretário da Agricultura de SC.
Fonte: Secretaria de Agricultura de SC, adaptado pela equipe Feed&Food.
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