O potássio é um nutriente essencial para manter a produtividade e mitigar o estresse térmico dos animais. É também um nutriente móvel, ou seja, não deixa reservas no organismo e deve ser fornecido na ração diária. A ausência de reposição de potássio pode causar deficiência e os animais podem apresentar redução de crescimento, fraqueza ou enrijecimento muscular, menor consumo de ração, distúrbios nervosos, palpitações cardíacas e outros.
A inclusão de fontes de potássio na dieta exige um manejo cuidadoso. O potássio faz parte de um crítico equilíbrio eletrolítico, que deve ser mantido quando se faz a suplementação via ração. Além disso, algumas fontes de potássio podem causar aquecimento da ração e perda de nutrientes. Portanto, é importante minimizar o risco de aquecimento o máximo possível.
Encontrar o equilíbrio correto se resume à fonte de potássio utilizada.
Equilíbrio eletrolítico de forma simplificada
Existem duas fórmulas comuns para calcular o equilíbrio eletrolítico na nutrição animal, as quais nos ajudam a entender o importante papel do potássio na dieta.
A fórmula para calcular o equilíbrio eletrolítico da dieta (EED) é:
(Sódio + Potássio) – Cloro
A fórmula para calcular a diferença cátion-aniônica da dieta (DCAD) é:
(Sódio + Potássio) – (Cloro + Enxofre)
Ambas as fórmulas são comumente manipuladas para maximizar a saúde e produtividade dos animais. Os níveis de cátions (sódio e potássio) – que são íons carregados positivamente – e ânions (cloro e enxofre) – que são íons carregados negativamente – na dieta podem ser ajustados para criar um equilíbrio positivo ou negativo. Em bovinos de leite, por exemplo, se utilizam dietas DCAD negativas na fase pré-parto para prevenir a hipocalcemia, enquanto as dietas de lactação são DCAD positivas para apoiar a produção de leite.
O que pode provocar um desequilíbrio?
Esses elementos estão estreitamente relacionados. Isso significa que nenhum deles pode ser considerado individualmente, uma vez que um equilíbrio entre todos é necessário para manter e otimizar a saúde dos animais.
O organismo do animal possui um sistema de tamponamento que mantém o pH fisiológico próximo do normal e previne a maioria dos desequilíbrios. No entanto, muitos fatores podem afetar os níveis desses elementos a qualquer momento. Por exemplo, as necessidades diárias de manutenção dos animais, a produção e alguns fatores ambientais como o estresse térmico esgotam o potássio e normalmente é necessário suplementar a dieta para manter seus níveis.
Os alimentos para animais fornecem níveis suficientes de potássio?
As dietas à base de trigo, milho e soja são geralmente consideradas “suficientes” em termos de fornecimento de potássio. No entanto, os animais normalmente requerem uma relação EED/DCAD maior do que a fornecida na ração sem suplementação de potássio. Para aproveitar os benefícios de uma maior relação EED/DCAD, é necessário suplementar sódio e potássio.
Qual é a melhor fonte de potássio para inclusão na dieta?
O carbonato de potássio, encontrado no DCAD Plus™ da Arm & Hammer, é a melhor opção para inclusão de potássio na dieta.
Muitos nutricionistas e produtores utilizam o cloreto de potássio, porém este possui uma desvantagem no que diz respeito ao equilíbrio eletrolítico. A carga iônica positiva do potássio e a carga iônica negativa do cloreto se neutralizam no equilíbrio eletrolítico. Em outras palavras, o EED ou o DCAD não pode se tornar mais positivo para atender as necessidades da produção.
O carbonato de potássio atua de maneira diferente porque fornece apenas potássio. Ele pode ser utilizado para criar uma relação EED/DCAD mais positiva, ajudando a manter a produção.
Como o potássio aquece a ração?
As fontes de potássio normalmente geram calor quando expostas à umidade. O calor gerado acaba aquecendo toda a ração, o que pode causar seu “cozimento” e também a perda de nutrientes essenciais. A proteína é particularmente susceptível.
As moegas e silos podem até gerar vapor quando ocorre esse “cozimento”. Uma pilha de ração exalando vapor deve ser espalhada no solo para que esfrie. Há também risco de incêndio.
Os animais que consomem ração quente também sentem os efeitos. Reduzir o aquecimento da ração é uma estratégia necessária para diminuir o estresse térmico.
Escolher a fonte correta de potássio ajuda a minimizar o risco de aquecimento da ração, assim como adicionar o potássio próximo à etapa final da mistura.
Quais fontes de potássio minimizam o aquecimento da ração?
Existem três fontes principais de potássio para inclusão na dieta:
Bicarbonato de potássio
Carbonato de potássio anidro
Carbonato de potássio sesqui-hidratado (DCAD Plus™)
O bicarbonato de potássio não provoca aquecimento da ração, porém sua forma contém apenas metade da quantidade de potássio encontrada no carbonato. Como resultado, o bicarbonato de potássio tem um custo cerca de duas vezes superior, tornando impraticável sua utilização.
O carbonato de potássio anidro gera muito calor quando exposto à umidade, tornando o aquecimento da ração uma grande preocupação.
DCAD Plus™ utiliza o carbonato de potássio sesqui-hidratado. Essa forma de potássio não gera calor por ser parcialmente hidratada, eliminando a possibilidade de aquecimento em rações úmidas.
Quais espécies se beneficiam mais com a inclusão de carbonato de potássio na dieta?
Muitas espécies se beneficiam da inclusão de carbonato de potássio na dieta. Diversas pesquisas têm sido conduzidas em vacas leiteiras lactantes e não lactantes, e os nutricionistas se sentem à vontade para gerenciar os níveis de DCAD em dietas de bovinos de leite.
Embora não tenham sido amplamente adotados, as operações avícolas podem aplicar os mesmos princípios no manejo de dietas de frangos de corte e galinhas poedeiras, com efeitos semelhantes sobre a produção e mitigação do estresse térmico.
Por que os produtores avícolas deveriam usar o carbonato de potássio?
Níveis baixos de potássio são nocivos para as aves e podem provocar aumento da pressão sanguínea, doenças cardíacas e morte súbita, especialmente em dietas com altos teores de sal. Aumentar os níveis de potássio e reduzir o sal pode ajudar a diminuir a pressão sanguínea e o risco de acidente vascular cerebral.
Níveis baixos de potássio podem também reduzir os teores de cálcio, que é necessário para a formação de ossos e cascas fortes.
Além disso, o desequilíbrio eletrolítico causa distúrbios metabólicos como discondroplasia tibial e alcalose respiratória em galinhas poedeiras. Níveis excessivos de sódio em relação ao potássio, junto com altos níveis de cloreto, podem causar discondroplasia tibial. Quando os níveis de cloreto ou enxofre são elevados, o equilíbrio eletrolítico geral se torna especialmente importante – e os cátions (sódio e potássio) são necessários para compensar os ânions carregados negativamente.
As aves também são susceptíveis à perda de potássio durante períodos de estresse térmico, e o bicarbonato de sódio por si só não é capaz de mitigar esse estresse.
Quando se deve fornecer o carbonato de potássio?
O carbonato de potássio pode ser adicionado à dieta durante todo o ano e ajustado quando necessário para equilibrar os eletrólitos e otimizar a produção.
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