A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) encerrou 2024 com um déficit de aproximadamente R$ 200 milhões e enfrenta a perspectiva de mais cortes no orçamento de 2025. A proposta inicial do governo para o próximo exercício destina apenas R$ 137,4 milhões para o custeio de pesquisas, bem abaixo dos R$ 203,1 milhões aprovados no início de 2024, valor que já sofreu reduções ao longo do ano.
A empresa estima que seriam necessários R$ 510 milhões para atender às demandas atuais e evitar a paralisação de projetos em andamento. Embora negociações no Congresso possam elevar o orçamento para R$ 190,6 milhões, incluindo emendas parlamentares, o montante ainda é insuficiente para evitar impactos severos nas atividades de pesquisa e desenvolvimento.
A crise financeira tem levado à suspensão de projetos, atrasos na quitação de despesas e dificuldades para manter serviços básicos. A falta de recursos próprios também força os pesquisadores a buscar financiamento externo. “Sem dinheiro para custeio, até a manutenção de estruturas básicas se torna inviável”, relatou um pesquisador veterano da Embrapa.
Com o orçamento discricionário reduzido em 80% na última década, a Embrapa adotou medidas de contenção, como revisão de contratos e instalação de usinas fotovoltaicas para reduzir custos. Apesar dos esforços, a dependência de parcerias externas já alcança 73% dos projetos. Enquanto isso, a implementação de novas estratégias, como o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), busca acelerar a captação de recursos e ampliar a viabilidade das operações.
Fonte: Globo Rural, adaptado pela equipe FeedFood.
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