O agronegócio brasileiro desempenha um papel fundamental na economia, empregando mais de 28 milhões de pessoas e representando cerca de 25% do PIB nacional. Com um crescimento constante, o setor combina práticas tradicionais com inovações tecnológicas, abrangendo uma gama diversificada de profissionais. Além da força de trabalho histórica, o agronegócio tem atraído um público mais jovem, especialmente no campo da agropecuária, onde a demanda por trabalhadores qualificados e dispostos a adotar novas tecnologias tem aumentado.
Nos últimos anos, a participação de jovens de 18 a 29 anos no agronegócio tem mostrado crescimento em áreas como a produção agropecuária. Entre 2012 e 2024, o número de jovens profissionais nesse setor passou de 118 mil para 163 mil, indicando uma transição que busca alavancar as inovações tecnológicas. Essa mudança é acompanhada por um envelhecimento da força de trabalho nas áreas tradicionais, mas ainda assim o campo continua a ser um ponto de integração geracional, onde a troca de experiências entre diferentes faixas etárias traz benefícios significativos.
A integração geracional é um modelo estratégico importante para o agronegócio, aproveitando as forças de profissionais mais jovens e experientes. Kamila Coelho, coordenadora de Recursos Humanos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, destaca a importância dessa troca e observa que, nas empresas, a composição multigeracional tem sido cada vez mais comum.
“Na TMG, por exemplo, 40% dos colaboradores têm menos de 30 anos, enquanto 10% são maiores de 50, evidenciando a diversidade etária e suas respectivas contribuições no ambiente de trabalho”.
Programas de gestão de talentos, como o “Reter Talentos”, têm sido implementados por empresas para promover a retenção e o desenvolvimento de jovens profissionais. No entanto, um dos principais desafios enfrentados pelas organizações é conciliar as diferentes expectativas de trabalho entre gerações, sendo que os jovens tendem a se identificar mais com a tecnologia, enquanto os mais velhos possuem um conhecimento mais aprofundado dos processos tradicionais. Para lidar com essas diferenças, empresas como a TMG têm investido em inteligência emocional e no planejamento de carreira de seus colaboradores.
Apesar das mudanças, a sucessão no agronegócio ainda acontece de forma gradual. Em 2017, a média de idade dos agricultores brasileiros era de 55 anos, e muitos proprietários rurais ainda não se sentem preparados para passar a gestão das propriedades para a nova geração. No entanto, esse processo está se intensificando, com os filhos assumindo cada vez mais a liderança, introduzindo novas tecnologias e impulsionando a agricultura digital. A transformação geracional nas propriedades rurais é um reflexo do panorama mais amplo do agronegócio, que cada vez mais integra a inovação digital em suas práticas.
Fonte: TMG, adaptado pela equipe FeedFood.
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