Principais ferramentas disponíveis serão abordadas na 36ª Conferência Facta
Valeria Campos, da redação
valeria@ciasullieditores.com.br
Com uma bagagem de cerca de 27 anos nas áreas de qualidade, higiene, microbiologia, processamento tecnológico e regulamentação de alimentos nos setores privado, acadêmico e público, a médica veterinária Simone Machado é uma das palestrantes confirmadas na Conferência Facta 2019. Programada para acontecer entre os dias 14 e 16 de maio, no Expo. Dom Pedro, em Campinas (SP), a 36ª edição terá como tema principal “Frango: a responsabilidade de alimentar o mundo”.
Em sua palestra “Controle integrado e rastreabilidade de Salmonella na cadeia produtiva”, Simone abordará os requisitos básicos para mapeamento epidemiológico no setor de frango de corte, indicadores e fatores de risco, e também discutirá as vantagens e limitações de uso das principais ferramentas da biologia molecular disponíveis atualmente para rastreabilidade do patógeno. “A Salmonella é certamente um dos temas mais pesquisados em avicultura em todo o mundo, com um universo amplo de linhas de pesquisa”.
Entre os temas de destaque ao redor do globo, conta Simone, os profissionais estão se aprofundando nos estudos sobre o fenômeno de persistência de Salmonella na natureza; o uso de análise de riscos ao lado da cadeia produtiva (“farm to fork”) com a incorporação de análises quantitativas – e não somente qualitativas –; aplicação de ferramentas da biologia molecular para rastreabilidade e investigação epidemiológica de surtos; e identificação da origem das rotas de transmissão e contaminação na cadeia produtiva. Esses assuntos, acrescenta, foram discutidos durante o Simpósio Internacional sobre Salmonella e Salmonelose, realizado em setembro de 2018, em Saint-Malo, na França. “É o fórum onde são debatidas as principais tendências do mundo sobre o tema e o estado da arte no que tange pesquisas de ponta”.
No Brasil, muitos investimentos e esforços vêm sendo realizados pela atividade, garante Simone. Por ser um grande player no comércio internacional, o País tem olhado com muita atenção para o assunto, com o objetivo de atender satisfatoriamente os parâmetros regulamentares das autoridades sanitárias brasileiras e critérios específicos dos mercados mais importantes. “É relevante considerar, entretanto, que na grande maioria das vezes a origem do problema é conhecida e demanda medidas básicas de biossegurança como vazio sanitário adequado e respeito da capacidade nominal dos processos produtivos. Esses requisitos básicos, por sua vez, além de serem importantes para o controle de Salmonella, têm impacto em outros indicadores de qualidade, sanidade e produtividade”, explica a médica-veterinária.
Segundo ela, a produção brasileira ainda está em estágios iniciais de uso de ferramentas e métodos moleculares para controle e rastreabilidade da Salmonella, contudo, com grandes oportunidades de crescimento nos próximos anos. “Sendo assim, a excelência no controle de Salmonella pode e deve ser vista como uma oportunidade de foco na qualidade e diferencial de produtos e processos, e não como um custo. Essa mudança de paradigma será uma vantagem competitiva para as empresas no futuro, que estarão mais preparadas para se diferenciarem e poderão atender um mercado e consumidores cada vez mais exigentes”, finaliza.