Pesquisa realizada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que o agronegócio representa 25,5% do PIB nacional. A participação relevante coloca o País como um dos maiores produtores do mundo.
Devido à tecnologia que se aproxima cada vez mais do processo de produção no campo, o setor se encontra em constante mudança e adaptação. Com diversas inovações, a tendência é que os produtores se adaptem a essa nova realidade tecnológica e a novos meios de produção, que podem facilitar o manejo e aumentar a rentabilidade da pecuária ao longo dos anos.
Seguindo essa linha de raciocínio, a Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) elencou quatro principais tendências para o agronegócio em 2023. São elas a implementação de tecnologia e rastreabilidade; uso de bioinsumos; terroir e identificação da produção de carne; e sustentabilidade.
Confira mais detalhes sobre cada tendência:
Implementação de tecnologias e rastreabilidade na pecuária
Imprescindível para a expansão do setor, não somente para diminuição de custos, mas também para otimização da produtividade e maior controle da gestão de produção, a adoção da tecnologia na produção visa facilitar e auxiliar o crescimento da agricultura nacional, incrementando a economia do País.
A rastreabilidade é um exemplo. Com a captação e transmissão de dados, é possível trazer agilidade e confiabilidade na comunicação das informações. Esse sistema permite identificar a procedência e o manejo adotado na produção e transmitir informações sobre a procedência e a qualidade dos produtos, em tempo real, e de forma segura, ao longo das etapas da cadeia produtiva.
O blockchain, ferramenta de rastreio, é também uma alternativa ao produtor por trazer mais segurança e transparência à toda cadeia pecuária, desde o nascimento até o abate dos bovinos. Esse sistema tende a trazer transformações significativas para a cadeia de produção bovina, pois qualquer falha no decorrer da produção poderá ser identificada de uma maneira mais rápida pelo sistema, visto que todo o processo é rastreado.
A adoção de sistemas de rastreabilidade e o avanço da tecnologia na produção pecuária é uma importante estratégia para garantir a produção de alimentos seguros, segregar lotes com características diferenciadas e agregar valor aos produtos no mercado final.
Utilização de bioinsumos nas lavouras e nas pastagens
Os bioinsumos são produtos, processos ou tecnologia de origem vegetal, animal ou microbiana, voltados para o controle de pragas e doenças ou para melhora da fertilidade.
Líder mundial de bioinsumos, o Brasil aplica esse tipo de manejo em mais de 23 milhões de hectares e já exporta a tecnologia para outros países. Segundo a IHS Markit, o mercado de produtos biológicos de controle no Brasil cresceu a uma taxa anual de 42% e a projeção é de que até 2030 este setor alcance R$ 16,9 bilhões.
A utilização desse meio para o agro impacta de forma positiva o manejo e a manutenção do solo, com melhorias em processos biológicos e físico-químicos, incentivando a sustentabilidade.
O uso de bioinsumos nas lavouras e nas pastagens é uma prática sustentável e que pode estimular a utilização de recursos biológicos na agropecuária brasileira, aproveitando a biodiversidade e diminuindo a dependência de insumos importados.
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) mostram que o uso de bioinsumos representa uma economia de US$ 13 bilhões por ano ao setor agrícola.
Terroir e identificação da produção de carne
Apesar de ser comum encontrar o conceito de terroir em produtos como vinho, café e queijo, na pecuária o assunto está sendo explorado por produtores e avançando cada vez mais, por estabelecer uma relação geográfico-cultural com o consumidor e, ao mesmo tempo, por possui um rígido protocolo produtivo a ser seguido.
O termo terroir se refere às condições do ambiente físico e as propriedades geográficas em um determinado local vinculado a um produto alimentício. Os produtos oriundos de um terroir podem possuir selos distintivos, conhecidos como certificações de Indicação Geográfica, que podem ser classificados em Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO).
Além de ser um indicador de qualidade, a indicação geográfica é uma forma de valorizar os produtos ou serviços que são singulares de um local.
A utilização deste conceito tem ainda bastante espaço para crescer e no Brasil, visto que são produzidos gado de corte em todos os biomas brasileiros e cada vez mais os consumidores estão exigentes e dispostos a descobrir e valorizar a qualidade da carne que é produzida.
Sustentabilidade na pecuária
Com a modernização do agronegócio e estudos realizados ao longo dos anos, o setor desenvolveu práticas sustentáveis que também estão alinhadas com a produtividade e o lucro.
Na pecuária sustentável, cujo protocolo foi desenvolvido pela ABPO, são verificadas as condições ambientais nas quais o animal está inserido, como manejo adequado de pastagens, utilizando técnicas que não prejudiquem ou reduzam ao máximo os danos causados ao meio natural.
Com isso, é garantida a eficiência do processo pecuário e a produção funciona em conjunto com o meio ambiente. Além disso, a associação também agrega às suas atividades conceitos de qualidade, responsabilidade social, ecológica e desenvolvimento sustentável voltadas para a produção, pontos de extrema importância para o setor atualmente.
Tecnologia, pesquisa, inovação, produtividade e sustentabilidade são alguns dos principais aliados dos produtores rurais. Com o investimento em equipamentos adequados para a transformação na produção do agronegócio, é possível coordenar operações de forma mais eficiente e sustentável, além de solucionar problemas de maneira ágil, garantindo bons frutos para os próximos anos.
Fonte: ABPO, adaptado pela equipe Feed&Food.
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