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Cargill destaca importância da mulher no agro

Cargill destaca importância da mulher no agro. Em homenagem, empresa Animal conta a histórias das mulheres do campo
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Acordam cedo e levam consigo a bagagem do que aprenderam nas Universidades e na vida, esse é o dia a dia de milhares de mulheres que atuam no agronegócio. Pensando no desenvolvimento do campo e na oportunidade que ele oferece, elas estão sempre atentas aos indicadores das fazendas, de forma a extrair todo o conhecimento, analisar todos os dados e oferecer as melhores soluções combinadas ao manejo. Agentes da mudança, em prol da rentabilidade e qualidade, estas são as mulheres do campo da Cargill Nutrição Animal.

Formada em 2014, em Zootecnia, Denise Cazella, atua focada na produção de leite, e é atualmente, assistente técnico comercial na região do oeste de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.  “Iniciei minha carreira em UPL e Granja de Terminação de suinocultores independentes, também tive experiências em fábrica de ração por uma cooperativa, até que fui promovida para o campo. Hoje estou há três ano e meio no campo, sendo destes  1 e meio na Nutron, trabalhando com bovinos de leite e acredito que encontrei minha grande paixão”, conta Denise

Denise Cazella é assistente técnico comercial na região do oeste de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (Foto: reprodução)

Melissa Valentim, assistente técnico comercial da Nutron no Paraná, conta que diferente da maioria de  suas colegas, ela não fez faculdade pensando em atuar na suinocultura, mas sim em trabalhar com equinos. Porém, quando conheceu a fundo, criou paixão pelo setor. “Trabalhei com clínica de equinos e reprodução, e em um certo momento da minha carreira, fui pra Santa Catarina. Lá minha área de atuação com equinos acabou não sendo viável financeiramente pra mim. Em 2009, eu não tive alternativa a não ser mudar de área. Na época recebi uma oportunidade na Cooperativa Aurora, na área comercial de nutrição de suínos. No começo foi muito desafiador, pois não foquei a faculdade para isso, mas para minha surpresa acabei me apaixonando por suínos e me redescobrindo profissionalmente. Em 2015 mudamos para o Paraná. Nessa época tive a oportunidade de iniciar meu trabalho com a Nutron, e desde então, os cavalos são meu hobby e sou apaixonada pelos meus suínos”, conta ela.

Já Taciana de Oliveira Bruxel, consultora técnica do Sul do Brasil e do Paraguai pela Nutron, é de família de origem no campo. “Apesar dos meus pais terem feito o movimento de ir para a cidade, meus avós permaneceram no campo. Sou formada em Zootecnia, após graduação fiz mestrado, doutorado e depois disso voltei para minha cidade pra dar aula na universidade pela qual me formei, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná. E meu primeiro desafio no agro foi quebrar o paradigma, de que a mulher está mais ligada a área acadêmica do que a comercial. Eu via isso muito com meus alunos na graduação, os meninos se desafiam para ir pro campo após formados e as meninas tendem mais para a pós graduação. Tive a oportunidade de, após dois anos como professora universitária, assumir essa posição na Cargill e isso mudou completamente minha vida”, afirma.

Taciana de Oliveira Bruxel é consultora técnica do Sul do Brasil e do Paraguai pela Nutron (Foto: reprodução)

Rhaiza Alves de Oliveira, coordenadora técnico comercial de bovinos de corte da Nutron, conta sobre suas raízes: “esse mundo, predominantemente visto como masculino, não era desconhecido para mim. Até meus 16 anos morei na roça com minha família, sempre estive nos currais com meus irmãos, e foi assim que despertei meu interesse pela pecuária e que descobri que quando crescesse queria mexer com gado, então pesquisando encontrei a Zootecnia. Hoje tenho mestrado e doutorado em ciência animal e a Nutron é minha primeira experiência profissional no campo”, explica. 

Rhaiza Alves de Oliveira é coordenadora técnico comercial de bovinos de corte da Nutron (Foto: reprodução)

Antes, território com maior presença dos homens, o campo de anos para cá veio se tornando o lugar de muitas mulheres também, que se prepararam para poder colocar em prática seus conhecimentos e experiências. “Acho que precisamos ainda de mais oportunidades no agro.  Não apenas compondo excelentes equipes, mas, também ocupando mais posições de liderança, e a Cargill nos permite essa discussão na nossa gestão, nos grupos de diversidade. Mas, ainda sinto falta de ter mais mulheres que nos representem, por isso, acredito que precisamos ter mulheres que se preparem agora para assumir esse novo passo”, conta Taciana. 

Denise comenta que vê a participação da mulher no campo evoluindo: “nossa participação já foi menor e vem crescendo muito. Mas, confesso que meu início não foi muito fácil, eu tive dificuldades porque fazia parte de um grupo muito pequeno de mulheres que trabalhavam a campo, mas também um pouco por falta de experiência. Quando vim pro campo pela primeira vez em 2017, eu não tinha experiência prática em leite, antes disso, conhecia mais suinucultura, mas como tinha minha experiência acadêmica, somada a minha minha maior qualidade, que é a de fazer o trabalho pra me destacar, tenho conseguido alcançar êxito. Não quero ser só mais uma”, conta Denise.

Desbravar um ambiente novo para mulheres não é somente o único ponto. As mulheres que vão ao campo, também querem passar confiança. Como elas mesmas contam, o trabalho se baseia em confiança e resultados. Esse é um dos grandes segredos dividido por estas quatro mulheres. “É muito difícil passar a confiança que o produtor precisa ter em você logo de início. Para isso, precisamos estar sempre focadas na visita, deter o conhecimento necessário para passar para o cliente e, no decorrer do tempo, e com trabalho e resultado, a confiança é construída e logo evolui para uma amizade, não só com o produtor, como com sua família também”, comenta Denise.

     Taciana comenta o desafio como mulher no agro, é conseguir quebrar a primeira barreira que é do viés de que você não sabe daquilo que você está falando e ela complementa: “quebrar essa insegurança do outro, e ganhar a confiança do cliente é muito importante, porque por trás desta mulher, existem 15 anos de estudo e de preparação. Ser mulher te exige que você se posicione de forma firme, mais séria”, afirma ela.

O agronegócio tem se tornado a principal fonte de renda de muitas mulheres e sua família. Em alguns casos elas gerenciam e assumem as decisões, em outras, elas dividem as decisões com seus maridos. E, com isso, a tarefa de pensar estratégias nutricionais eficientes e auxiliar nas melhores decisões de manejo também passa a ser em conjunto. “Durante a visita, quando a esposa é ativa no negócio, ela também vai influenciar em qualquer momento na decisão e por isso, também precisamos mostrar que com nosso trabalho, conseguiremos ajudar a propriedade crescer e prosperar, deixando-a confortável em saber que estamos ali para fazer o trabalho que precisa ser feito. E, muitas vezes, me sinto mais confortável em negociar com outra mulher”, comenta Denise.

Estar em um ambiente predominantemente masculino, em que primeiro você precisa fazer um bom trabalho para ter reconhecimento é uma frase de Rhaiza que continua dizendo: “não conseguimos de início passar essa imagem, parece que para o homem passar uma boa impressão ao primeiro contato é mais fácil. Tenho a impressão de que a confiança depositada nas mulheres leva mais tempo em relação aos homens. Embora seja mais difícil, acredito que quando a mulher tem uma postura e um trabalho sério, ela consegue mostrar o seu lado profissional”.

Já a Melissa menciona sobre a frase: A mulher é mais dedicada, tem uma visão diferente das coisas e diz: “pode até ser, mas na verdade eu acho que não é só isso, é da pessoa. A gente tem que aprender a olhar o profissional pelo profissional. Não é porque é mulher ou homem, mas sim porque é uma boa profissional e que está trazendo benefício pro seu negócio. Mostrando no dia a dia seus conhecimentos, a gente consegue ganhar o nosso espaço. E chega ao ponto de me dizerem ‘pra mim a Melissa é homem’. Esse é um outro ponto, também precisamos ser mais tolerantes e sabermos diferenciar a brincadeira real, do machismo é importante para um bom relacionamento de trabalho”.

Quando questionamos se vale a pena o trabalho no campo, Rhaiza responde: “vale a pena e é muito gratificante para mim, mas vou contar uma história do meu início. Quando cheguei para atuar como técnica no campo, assumi alguns clientes que já eram de um outro profissional super competente, e um deles estava inseguro com minha presença exercendo a função de técnica, parecia que não tinha gostado muito da mudança, e isso era um combustível para eu mostrar meu potencial e minha capacidade técnica. Essa situação me dava ainda mais vontade de vencer esse preconceito e foi o que eu fiz. Fui atrás do desafio e hoje os resultados desse cliente são excepcionais. Uma coisa que me deixa muito contente no campo é ver que cada vez mais mulheres estão ocupando seus espaços, é gratificante chegar a um confinamento, uma fazenda e ver meu trabalho valorizado e ainda ter a oportunidade de ser inspiração para outras jovens mulheres que estão iniciando no campo. Precisamos de cada vez mais isso”, conta ela.

‘”Cada vez mais mulheres estão ocupando seus espaço”, diz Rhaiza. (Foto: reprodução)

Para o futuro os desejos são de que a participação das mulheres seja cada vez maior e que a mulher no campo seja cada vez mais vista como uma profissional com talento e conhecimento técnico para desenvolver sua atividade e que por seus atributos profissionais foi escolhida para desempenhar a atividade. “Pra mim é um reconhecimento muito grande estar onde estou, e desenvolver minhas funções. Gosto muito da empresa e de trabalhar com nutrição. Tem aumentado o número de mulheres na Nutron e isso é muito gratificante, pois essa é uma empresa que valoriza o feminino. Claro que temos ainda muito para crescer e nos destacarmos nesse mercado que ainda é muito masculino; tanto o agrícola quanto o da pecuária”, comenta Denise. 

Sobre a mulher atuando no agronegócio e no campo, com sua presença cada vez mais constante e com as discussões da sociedade, a espera é que cada vez mais seja natural, não a discussão de gênero, mas discussão de competências, como conta Melissa: “hoje, com nossa maior representatividade, o campo tem se acostumado mais com a nossa presença. Aprendi a não chamar atenção por quem sou, mas pelo meu trabalho. Pela discussão da sociedade, isso tem melhorado muito. Mas, eu sempre penso na frase ‘a gente ainda precisa se impor’, porque claro, a mulher precisa se colocar profissionalmente, mas será que o homem também não precisa saber como agir e se portar profissionalmente na presença de uma mulher?”, finaliza.