A busca por soluções inovadoras que melhorem o bem-estar dos animais é uma prioridade para instituições como a Embrapa, que lideram esforços para encontrar maneiras de reduzir o estresse e promover o conforto dos animais de produção.
E uma dessas descobertas foi divulgada pela própria Embrapa. Buscando alternativas para minimizar os impactos negativos da fase de aleitamento de bezerros leiteiros, período sensível e estressante por conta do afastamento da mãe e, em alguns casos, do isolamento social, um experimento testou a efetividade do enriquecimento social e físico.
A pesquisa analisou esse contexto nos sistemas a pasto. O intuito, de acordo com a pesquisadora Teresa Alves, foi melhorar a capacidade dos animais em lidar com mudanças de ambiente.
A interação social e o comportamento de explorar o ambiente foram menores nos lotes com enriquecimentos social e físico, visto que os animais ocuparam parte do tempo interagindo com os objetos oferecidos. Neste grupo também foi registrada maior frequência de visita ao concentrado e menor tempo em pastejo.
Para Teresa, o maior tempo gasto com a escova pode ser explicado pelo fato dos bovinos se coçarem para remover sujeira, restos de excrementos, ectoparasitas e fluídos corporais. Assim, a incorporação de objetos com algum tipo de função específica é eficaz para o bem-estar.
“A criação de bezerros em grupo promove um importante enriquecimento que são as interações sociais, embora quando disponibilizado ‘brinquedos’, eles gastam tempo interagindo com esses recursos”, destacou Teresa.
A pesquisadora considera que a interação dos bezerros com o espantalho nos horários próximos ao fornecimento do leite pode estar relacionada com o contato humano-animal. É provável que os bezerros tenham associado à imagem do espantalho à pessoa responsável pelo manejo, uma vez que os bonecos usavam a mesma vestimenta dos tratadores.
O experimento foi conduzido no Sistema de Produção de Leite da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). A distribuição dos grupos foi aleatória, com a condição de que os animais não tivessem diferença de idade maior do que 15 dias e, no máximo, cinco filhotes.
Fonte: Embrapa, adaptado pela equipe FeedFood.
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