O bem-estar animal não é mais apenas uma tendência sustentável da pecuária. Trata-se de uma condição mandatória e real ao negócio que quer crescer e se manter competitivo no setor agropecuário doméstico e internacional. O produtor sente isso no campo e no balcão do mercado, pressionado por clientes cada vez mais atentos às origens e qualidade dos métodos empregados na produção da proteína animal que consome.
Na fazenda, são muitos os estudos que comprovam que o animal, protegido do estresse, da dor e de enfermidades, produz mais, melhor e com menos custo, trazendo mais produtividade à propriedade. E no mercado, para se ter uma ideia, mais de 80% dos consumidores brasileiros gostariam de comprar produtos de fazendas ou empresas oficialmente certificadas no quesito bem-estar animal, conforme dado de pesquisa recente da Fair Food, organização que audita e concede a certificação a empresas cujos produtos do portfólio e processos internos corroboram para a oferta de soluções alinhadas ao bem-estar animal.
Ou seja, a cadeia de valor da agropecuária segue sob a pressão socioambiental da agenda ESG, e está cada vez mais exigente na contratação de seus fornecedores e parceiros: quem não estiver atento ao bem-estar animal e a seus impactos dentro e fora da porteira, cedo ou tarde será excluído do jogo, do poder de escolha do consumidor e demais stakeholders do negócio.
Assegurar o bem-estar animal no campo tem a ver com estratégia e planejamento de manejo, de ambientação e de definição de condutas nutricionais, preventivas e terapêuticas. Protocolos eficazes, inovadores e de fácil administração, como medicamentos e vacinas de dose única, e que não requerem privação de água ou comida, facilitam o manejo na fazenda, reduzindo o estresse do animal e, consequentemente, o do pecuarista.
O controle parasitário do rebanho ou plantel, o uso de estruturas que permitam o conforto térmico; espaço e sombra no pasto; hidratação e nutrição balanceada; a implementação de práticas de biosseguridade e o controle efetivo de moscas, além do manejo correto em todas as etapas do ciclo produtivo do animal e no transporte para o abate, com técnicas apropriadas para isso, são outros exemplos de medidas que vão ao encontro do bem-estar animal e da redução de custos na produção, porque previnem doenças. Elas balizam a concessão de certificações a fazendas, produtos e empresas do setor.
A Elanco detém premiações e o selo de Empresa Amiga do Bem-Estar Animal justamente por reunir em seu portfólio processos e soluções chanceladas na categoria, nacional e internacionalmente.
Neste contexto, um fator importante faz a intersecção entre os dois lados da porteira: a capacitação da mão de obra especializada. Quero dizer que se queremos ver o bem-estar animal influenciando a tomada de decisão em todos os agentes da cadeia de valor, é preciso investir e treinar para a escolha assertiva de soluções e o manejo racional ao longo de todo o ciclo produtivo do animal, do nascimento ao abate. Isso é possível com programas específicos, uso de tecnologia, análise de dados e, sobretudo, com muita escuta e compartilhamento de informações qualificadas, em um canal de comunicação aberto entre quem produz no campo e quem oferece insumos para isso.
Acredito que o bem-estar animal depende de uma cadeia produtiva cada vez mais unida e conscientizada, capaz de impulsionar mais capacitação, pesquisa e o desenvolvimento de soluções inovadoras e acessíveis aos negócios.
LEIA TAMBÉM:
PIB do agro tem avanço acumulado de 0,5% em 2023