Reginaldo Ferreira Rocha é especialista em Regularização e Gestão Ambiental
Estamos nitidamente em uma fase de transição, onde cada vez mais as expectativas são crescentes em um mercado de commodities onde o câmbio em alta, em tese, favorece o escoamento da produção que fora destinado recentemente aos armazéns – em se tratando de grãos – e a retomada da aquisição de volumes substanciais de arrecadação nas negociações externas – o dólar sai da casa dos R$ 3,70, valor este que vinha com pequenas oscilações para cima ou para baixo, mas que vinha se mantendo e em decorrência dos acontecimentos ligados à posição política e econômica a ser adotada, estaciona na casa dos R$ 4,05 – uma variação média de 10% que, significativamente, faz a diferença no cenário do agronegócio – quiséramos que esse percentual refletisse no crescimento do País, no que tange os indicadores positivos de crescimento.
Ledo engano, pois, com a moeda em alta, argumentos não faltam para os fornecedores de insumos, dentre todos os demais fornecedores da cadeia de produção elevarem os preços sob a “desculpa” de que “com essa alta do dólar, não dá para manter os valores como estavam”. Literalmente, este é o Brasil.
Analisamos, acompanhando por intermédio dos veículos de comunicação, os altos e baixos da economia no País, onde voltam a ser cogitadas as paralisações dos caminhoneiros, atos em apoio ao governo e discordância dos partidos, que ali disputam a montagem de um quebra-cabeças onde, a meu ver, denota-se muito mais um “salve-se quem puder” ou “não mexe aí não que dá problema”, do que, de fato, zelar para o adequado funcionamento da nação.
O tempo vem passando rápido, estamos em meados de junho – daqui a pouco vem o plantio, a compra de insumos e uma nova odisseia que, faz com que o agro fique em polvorosa diante das incertezas que, de um lado são esperadas mudanças significativas que somam pra o processo produtivo e de desenvolvimento, mas que por outro, lá distante, pode se enxergar uma poeira, que não se sabe ao certo se é a cavalaria que vem chegando para salvar os aprisionados ou se é a poeira deixada em função da debandada daqueles que hora ou outra disseram que estariam aqui para somar em crescimento.
É momento de sempre ficar atentos às mudanças, ter parcimônia quanto às possibilidades que estão por vir, assim como as alterações necessárias para alcançar um crescimento sustentado e observar… observar o sentido desse movimento chamado Brasil.
Os novos gestores apontam para possibilidades de melhora, mas, no entanto, diante de tantas justificativas e senões no cenário conjuntural, há de se ter muita cautela nesse tabuleiro de xadrez que hora ou outra nos prega um susto ou uma peça. Sigamos firmes, mas com muita cautela nesses passos de crescimento.
Fonte: Reginaldo Ferreira Rocha, adaptado pela equipe Feed&Food