Um artigo publicado pela Scot Consultoria aponta que o ano de 2024 trouxe desafios significativos para o setor agropecuário brasileiro, com eventos climáticos extremos, como secas severas e queimadas, impactando fortemente a produção de culturas importantes como café, laranja e cana-de-açúcar. Além disso, os incêndios afetaram as pastagens, reduzindo a oferta de alimento para o gado e elevando os preços da carne. O aumento dos custos de produção, impulsionado pela alta nos preços de fertilizantes e combustíveis, refletiu-se no repasse ao consumidor final, contribuindo para a inflação de alimentos.
A reforma tributária implementada em 2024 trouxe mudanças relevantes para o setor. A desoneração dos itens agropecuários da cesta básica beneficiou produtores de leite e carne, enquanto aqueles dependentes de insumos importados enfrentaram dificuldades devido ao aumento da carga tributária sobre fertilizantes e defensivos agrícolas. Regiões como o Centro-Oeste e o Sul do Brasil sentiram de forma mais acentuada essas mudanças, que impactaram a rentabilidade e a competitividade do setor.
Para 2025, as perspectivas econômicas indicam desafios e oportunidades, aponta o artigo. A taxa de juros elevada dificulta o acesso ao crédito rural, enquanto a projeção de câmbio acima de R$6,00/US$ deve favorecer as exportações agropecuárias, aumentando a receita em moeda local. No entanto, os pequenos produtores enfrentarão dificuldades adicionais com a alta nos custos de produção, o que pode reduzir suas margens de lucro e impactar a sustentabilidade do setor.
A produção de grãos para a safra 2024/25 está estimada em 322,25 milhões de toneladas, representando um crescimento de 8,16% em relação à safra anterior, com destaque para a recuperação da produtividade em culturas como milho e soja. A expectativa de alta produção interna pode limitar os aumentos de preços no mercado doméstico, enquanto fatores externos, como a demanda mundial por grãos e a quebra de safra nos Estados Unidos, devem influenciar as cotações.
Ainda de acordo com o material, no segmento pecuário, a expectativa para 2025 é de valorização do boi gordo, com preços superiores aos de 2024. A redução na oferta de fêmeas para abate, aliada à projeção de crescimento nas exportações, deve manter o mercado firme. A demanda interna, entretanto, pode ser impactada pelo cenário econômico, com a alta da carne pesando no orçamento do consumidor. A oferta de bovinos para reposição deve cair, resultando em possíveis picos de preços ao longo do ano.
Fonte: Scot Consultoria, adaptado pela equipe FeedFood.
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