A agenda ESG – práticas que buscam governança, compromisso ambiental e responsabilidade social – já vem sendo colocada em prática pelo food service, atividade econômica que envolve a alimentação fora de casa.
Ainda que de maneira, digamos, até intuitiva; ou seja, pouco sistematizada. Mas não é de hoje que vemos essa preocupação. Cito alguns exemplos: o descarte correto de resíduos, com a destinação de materiais para reciclagem; o combate ao desperdício de alimentos e ao uso excessivo e irracional de guardanapos e canudinhos. Essas iniciativas já são realidade em diversos estabelecimentos espalhados pelo país.
No entanto, evidentemente, há muito para se avançar. A incorporação da agenda ESG precisa deixar de ser pontual para se tornar universal, efetiva e uma regra no setor. Nesse sentido, a tecnologia é uma aliada indispensável.
Trago algumas situações que mostram como e por que.
Muitas vezes, o desperdício de alimentos ocorre por uma dificuldade em fazer a gestão eficiente dos insumos, atendendo, na medida do possível, as demandas do dia a dia da cozinha do restaurante. Isso pode resultar em sobras após a montagem do prato ou na perda de insumos que não foram utilizados dentro da validade.
Um problema que pode ser facilmente resolvido com a ajuda da tecnologia. Automações, machine learning e até mesmo inteligência artificial já fazem parte da rotina de inúmeros negócios, que utilizam sistemas para identificar e controlar com precisão, as quantidades necessárias de insumos para cada item do cardápio. Um cálculo que impacta outras áreas, como o setor de Compras, que tem na ponta do lápis, ou na tela do computador, os produtos e quantidades que precisam ser repostas no estoque, reduzindo o risco de perdas.
Atuar desta forma, é ser responsável social e ambientalmente. Também melhora a governança, pois desperdiçar alimento é jogar dinheiro no lixo, comprometendo os resultados financeiros do negócio.
Esse controle mais efetivo do abastecimento de insumos e de estoque, facilitado pela tecnologia, impacta na precificação dos pratos do restaurante. Nesta etapa, a tecnologia ajuda a chegar no cálculo preciso para definir os preços. Mais um tópico relacionado à governança, pois reflete diretamente nos resultados da empresa; e de responsabilidade social, uma vez que se encontra o equilíbrio entre preço justo ao consumidor e a rentabilidade esperada pelo empresário.
Os sistemas tecnológicos de gestão para o food service proporcionam também a integração de todas as frentes da operação do negócio. O controle das vendas que acontecem na loja, o andamento dos processos da cozinha, a garantia do abastecimento do estoque, a otimização do processo de compras, o cuidado com a cadeia de fornecedores, o monitoramento do desempenho financeiro, tudo isso, constituem-se em um verdadeiro ecossistema sob a gestão de ferramentas tecnológicas.
Estas, então, tornam-se aliadas em outras iniciativas que convergem com a agenda ESG aplicável ao food service. Priorizar fornecedores igualmente alinhados com tal agenda, apurar a qualidade dos insumos a partir de premissas ESG (fornecidos com base em critérios éticos, sociais e ambientais) e executar operações mais eficientes e menos impactantes são atitudes extraordinariamente facilitadas por sistemas tecnológicos voltados às especificidades do food service.
O conceito ESG e sua agenda não são mera teoria, nem algo para o amanhã. Devem ser aplicados na prática, e já. Os negócios do food service têm muito a contribuir com esse processo.
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