A conclusão das negociações entre Mercosul e União Europeia, após 25 anos, representa um marco histórico para o comércio internacional, com destaque para a agropecuária brasileira. O acordo deve impulsionar exportações de produtos como carnes, soja e café, mas também intensificará as demandas sobre os auditores fiscais federais agropecuários, responsáveis pela certificação e fiscalização da qualidade dos produtos exportados.
Além de eliminar tarifas para itens agrícolas, como suco de laranja, frutas e peixes, o acordo prevê preferência para exportações brasileiras de carnes, etanol e mel. Para o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), o pacto reforça a importância da carreira para a credibilidade e segurança alimentar do Brasil no mercado global.
Para o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Pablo Macedo, a conclusão das negociações é motivo de comemoração, mas acende um sinal de alerta para a carreira, principalmente diante do aumento dos registros de quadros de ansiedade e depressão pela pressão e volume de trabalho, e no momento em que o Ministério da Agricultura cogita mudanças na estrutura das Superintendências Federais de Agricultura (SFA) e na Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), que pode causar interferências políticas no processo de fiscalização.
“O acordo Mercosul-União Europeia é um marco histórico para o comércio internacional, especialmente para a agropecuária brasileira. Com ele, certamente haverá uma maior demanda pelos grãos e proteínas nacionais e o trabalho técnico dos auditores fiscais federais agropecuários é essencial para a credibilidade do Brasil no mercado internacional e para a garantia da segurança da segurança alimentar em todo o mundo. Por outro lado, é urgente e necessária a valorização da carreira e a ampliação do quadro de profissionais em todo o país. Há uma deficiência de estrutura e de recursos humanos por falta de concursos públicos. Este cenário nos preocupa, pois se não houver investimentos urgentes por parte do Governo Federal na melhoria de condições de trabalho, toda essa segurança reconhecida mundialmente poderá ser colocada em risco, abrindo margem para questionamentos internacionais”, afirmou o presidente do Anffa Sindical.
Macedo se refere às recentes declarações de parlamentares franceses que questionaram a qualidade da carne brasileira, logo após a rede francesa Carrefour voltar atrás e revogar a decisão de deixar de adquirir a proteína brasileira. No mês passado, as falas protecionistas geraram um mal estar diplomático e um boicote ao mercado francês por parte dos frigoríficos brasileiros. O alerta ganha força diante de críticas recentes à carne brasileira no mercado francês, destacando a relevância do trabalho técnico dos auditores para garantir padrões internacionais. O sindicato reforça que, para sustentar a competitividade e a qualidade no cenário global, o governo federal deve priorizar a valorização da carreira e os recursos destinados ao setor.
Fonte: Anffa Sindical, adaptado pela equipe FeedFood.
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