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Aculturamento da equipe é essencial para impulsionar ESG

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Valeria Campos, da redação

valeria@ciasullieditores.com.br

Ao ser questionada sobre a importância da liderança feminina na agenda ESG, Amanda Rodrigues Moreira de Oliveira foi enfática ao responder: “Vejo com muito bons olhos e considero extremamente importante a valorização do debate para a definição de estratégias nas companhias”.

Gestora de Meio Ambiente da Agroceres PIC, Amanda destaca ainda que cada vez mais os consumidores buscam informações quanto à origem dos produtos e prezam pela transparência na comunicação e compromisso de uma produção sustentável.

E é por conta dessas exigências, acrescenta, que a temática ESG vem avançando entre as companhias brasileiras – numa velocidade incipiente, mas, ainda sim, progredindo: “Além de ser uma exigência legítima da sociedade, companhias que seguem boas práticas ambientais são melhores percebidas e geram maior retorno econômico que as demais”.

Formada em Engenharia Agrícola e Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Amanda também concluiu seu mestrado e doutorado em Recursos Hídricos e Ambientais na mesma instituição. E, logo após esse período, ingressou na Agroceres PIC.

“Foi muito recompensador compor o time da empresa, sobretudo porque a Agroceres PIC tem na sustentabilidade um pilar essencial de seu negócio. Os investimentos são contínuos e dão sustentação a rigorosas normas e procedimentos em todas as nossas unidades de produção de reprodutores e de genética líquida”, realça.

Porém, é importante destacar que junto das oportunidades, Amanda também viveu alguns desafios. Ao compartilhar sua trajetória, ela conta que instituir a cultura do desenvolvimento sustentável em todos os níveis da equipe foi – e é – um trabalho progressivo e contínuo, onde esse trabalho se faz não por meio da imposição, mas, sim, do exemplo.

“Mas é justamente desse desafio que vieram minhas principais conquistas”, comemora. Segundo a gestora de Meio Ambiente, a Agroceres PIC possui atualmente uma política muito rígida para a garantia de sustentabilidade. E o mais importante: é amparada pelos colaboradores: “Há uma compreensão muito clara do papel de cada um”.

Deste modo, para a profissional, o aculturamento da equipe é primordial para impulsionar a agenda ESG em qualquer companhia. E, para tanto, é preciso criar uma mentalidade de responsabilidade para com a governança ambiental, social e corporativa: “E isso se faz pelo topo, diálogo, treinamento e ações e investimentos concretos”.

E neste contexto, as lideranças femininas têm um papel relevante. Na leitura de Amanda, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço e destaque no mercado de trabalho, mas ainda há um longo caminho pela frente.  Isso porque, infelizmente, barreiras como desigualdade de gênero ainda existem em várias esferas profissionais.

“Essa não é uma condição própria do Brasil ou do agronegócio, a desigualdade de gênero é um problema global e está presente em todos os setores da economia. O fato é que a mulher precisa trabalhar mais do que os homens para obter o mesmo reconhecimento. Mas, estamos avançando rapidamente”, analisa.

Ao trazer esse recorte, Amanda evidencia o espaço que as mulheres estão conquistando por imprimirem características muito próprias como resiliência, criatividade, visão agregadora e empatia. Segundo ela, esse é um movimento irreversível e necessário para fomentar um mundo igualitário. “Tenho total convicção de que educação, conhecimento e resiliência são atributos infalíveis contra qualquer tipo de preconceito”, conclui.

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