Camila Santos I [email protected]
O consumo de carne suína vem crescendo de forma significativa no Brasil, impulsionado por novas demandas dos consumidores e avanços nas práticas de produção. Segundo Diego Leão, gerente de Marketing da Suinco, o mercado tem acompanhado um aumento na conscientização em relação ao bem-estar animal, um fator que vem se destacando na cadeia produtiva da carne suína. “A adoção de boas práticas de bem-estar animal é vista como uma oportunidade para conquistar mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que ajuda a reduzir perdas econômicas e melhora a qualidade dos produtos. Além disso, essa tendência acompanha um movimento global em que consumidores valorizam práticas éticas e sustentáveis”, afirma Leão.
Outro ponto importante, segundo Diego, é a crescente demanda por produtos sustentáveis e orgânicos. Consumidores bem informados estão pressionando as indústrias a adotar padrões mais elevados de sustentabilidade e ética, o que inclui o uso responsável de conservantes e uma atenção cuidadosa ao bem-estar animal. “Hoje, com o distanciamento entre o campo e os centros de consumo, o público se mostra cada vez mais exigente, buscando conhecer a origem dos alimentos e os padrões sanitários envolvidos”, explica.
Ele observa ainda que o acesso à internet contribui para que o consumidor questione e compreenda melhor o processo de produção dos alimentos que chegam à mesa. Esse conhecimento, difundido desde cedo, leva o público a valorizar práticas que garantam um alimento ético e sustentável. “As novas gerações já nascem com um entendimento maior sobre a importância da sustentabilidade e esperam que as indústrias se comprometam com esses valores”, acrescenta ele, reforçando o papel do consumidor como agente de transformação.
No que diz respeito aos cortes de carne suína mais populares, o gerente destaca o pernil, a paleta, a barriga e a picanha suína como alguns dos preferidos. Esses cortes são versáteis e permitem o desenvolvimento de produtos amplamente desejados, como presunto, linguiças saborizadas, apresuntado, bacon e até cortes temperados para churrasco. A variedade de opções torna a carne suína uma escolha cada vez mais presente na dieta dos brasileiros, que valorizam o sabor e a versatilidade.
Apesar do crescimento e da popularidade da carne suína, a indústria ainda enfrenta desafios importantes, principalmente relacionados ao bem-estar animal, à sustentabilidade ambiental e à falta de mão de obra qualificada. “Essas questões são determinantes para a imagem da cadeia produtiva. Se não forem tratadas com responsabilidade, podem comprometer a confiança do consumidor e, consequentemente, impactar a indústria negativamente”, destaca.
Ele acredita que o consumidor está, de fato, mais consciente das práticas de produção e que essa mudança de comportamento exerce grande influência no mercado. “O futuro da produção animal dependerá de um compromisso com o bem-estar como base de sustentação. As empresas que se comprometerem com essas práticas estarão na vanguarda e ganharão a preferência dos consumidores que valorizam a ética e a transparência”, avalia.
O futuro do mercado de carne suína parece promissor, impulsionado por inovações como a inteligência artificial, que pode otimizar processos e fornecer dados relevantes para a indústria. Apoiado em dados do setor, Diego prevê que o consumo continuará em alta, seguindo uma trajetória de crescimento observada nos últimos anos. “Dados do IBGE mostram que o consumo médio de carne suína foi de 20,5 kg por habitante em 2022, com expectativa de atingir 21 kg em 2024, representando um aumento de 4%. Com uma trajetória de crescimento de 49,8% nos últimos 12 anos, a carne suína tem potencial para se consolidar ainda mais entre as preferências do público nos próximos anos”, encerra.
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