Quando o tema é o manejo de pastagens, o produtor rural possui ferramentas para realizar uma boa adubação de base, inserindo um fertilizante NPK eficiente, mas acima de tudo, totalizando a quantidade de pontos na qual precisa. O nitrogênio (N) deve ser utilizado em cerca de 90 pontos, já o fósforo (K) e o potássio (P), entre 50 e 70 pontos. Equilibrar essa conta é fundamental para que o produtor alcance maior produtividade por hectare e, consequentemente, tenha um pasto de qualidade para a criação do seu gado. Ou seja, por meio dos micronutrientes presentes nos fertilizantes, o pasto passa a oferecer uma alimentação de qualidade para o gado. No final da cadeia produtiva, isso significa a oferta de uma carne de qualidade superior para o consumidor.
Cada vez mais atento à questão, o produtor passou a investir na utilização de fertilizantes que oferecem novas tecnologias. Porém, ainda é muito comum o manejo de pastagens tropicais ter na irrigação a principal prática na busca por maior produtividade e qualidade das forrageiras, especialmente nas épocas do ano onde a estiagem atrapalha a capacidade de produção.
Estudos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) sobre Manejo de Postagens Tropicais, divulgados nos últimos anos, apresentam em comum elevado potencial de produção de forragem, sendo que a maior parte da produção nacional de pecuária é proveniente de sistemas que utilizam pastagens como principal fonte alimentar do rebanho. Com a arroba do boi valorizada nos últimos meses, os pecuaristas estão investindo ainda mais nas pastagens. Esse investimento estratégico, que vem com grande aceitação especialmente por parte da nova geração de agricultores, é importante para se ter uma boa calagem, adubação de base e cobertura nitrogenada, porque assegura maior produtividade.
Quando a pastagem utiliza nutrição equilibrada, há um aumento do volume de massa da forrageira e, consequentemente, o pecuarista consegue inserir mais animais por hectare, tendo um rendimento superior na produção. Essa mudança na forma de trabalho deve aumentar consideravelmente daqui para a frente, pois trata-se de um fator considerável para alcançar o ganho na produtividade da pecuária nacional.
No caso da demanda externa, tudo indica que os chineses devem continuar comprando elevados volumes da proteína brasileira, devido à necessidade de abastecimento do mercado local, tendo em vista que o país ainda se recupera dos prejuízos gerados pela pandemia do novo coronavírus.
A tendência é que as expectativas no setor continuem altas, pois mesmo com os desafios diários, enfrentados pelo vírus, os produtores têm mostrado capacidade e preparo, por meio de trabalho e sempre com as mãos na massa. Dessa forma, vamos garantir cada vez mais a segurança alimentar para uma população crescente, mas sem que haja a necessidade de aumentar ou mesmo criar novos pastos.
Fonte: Fabrício Amaral é especialista agronômico da Yara Brasil