Luiz Vivencete Suzin é presidente da Ocesc e do Sescoop/SC
A contribuição das cooperativas para o desenvolvimento da sociedade catarinense é imensa e se manifesta em várias frentes: criação de empregos, produção de riquezas, geração de receitas públicas e fortalecimento do tecido social. É visível que o IDH dos municípios com tradição cooperativista, especialmente as cooperativas agropecuárias, é mais elevado, pois a renda é melhor distribuída.
No caso catarinense, os números são cristalinos: 2,7 milhões de catarinenses são associados de alguma cooperativa, seja dos ramos, crédito, infraestrutura, saúde, consumo, transporte, agropecuária e/ou de produção de bens e serviços -, e isso traz um resultado social e econômico relevante que, de alguma forma, impacta na qualidade de vida das pessoas. A viabilização de uma atividade, o acesso a bens, produtos e serviços, a obtenção de certas condições ou facilidades, muitas são as formas de fruição dos benefícios do cooperativismo.
O exame mais detalhado dos efeitos das cooperativas revela como elas se tornaram essenciais para a composição das receitas nos municípios, especialmente, aqueles com tradição agrícola, denominado de “movimento econômico”. Em 2018, por exemplo, o movimento econômico permitiu a geração de 1,5 bilhão de reais em impostos, que se tornaram a principal fonte de receita das Administrações Municipais, pois o Estado devolve aos municípios parcela do imposto pago conforme o movimento econômico que propiciou a geração inicial dos impostos, especialmente, do ICMS. Em resumo, se não houvesse a geração do imposto os munícipios produtores de matéria-prima não teriam o retorno do ICMS, e provavelmente, teriam enormes dificuldades de sustentar seus orçamentos.
Neste contexto, observa-se a importância das cooperativas na geração de impostos e formalização da produção. As cooperativas defendem a formalização da produção como elemento básico para sustentar a cadeia de valores morais que norteia uma sociedade isonômica e justa, portanto, estão comprometidas com a legalização das operações. Isso propicia enormes ganhos aos governos nem sempre percebíveis, pois, depois de legalizada a produção no momento inicial, sendo os eventos seguintes ficam mais fáceis de serem rastreados.
Fonte: Luiz Vicente Suzin.