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Agro paulista enfrenta incertezas com revisão de benefícios fiscais

Impactos nos custos de produção podem comprometer sustentabilidade e competitividade do setor
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A possível revisão de benefícios fiscais pelo Governo de São Paulo tem gerado preocupação entre os produtores rurais, que alertam para os efeitos negativos dessa medida sobre os custos de produção e a sustentabilidade das operações. Entre os principais pontos de atenção está a isenção do ICMS sobre a energia elétrica, considerada essencial para a competitividade e eficiência ambiental da cadeia produtiva.

A diretora administrativa da Lastro Agronegócios, Viviane Morales, destaca que o fim da isenção pode aumentar a dependência do diesel como alternativa de energia, gerando impactos ambientais significativos. “Com a energia elétrica mais cara, o produtor pode optar pelo diesel para reduzir custos, mas isso vai contra os esforços de sustentabilidade. O diesel é um dos grandes vilões ambientais, enquanto a energia elétrica é uma alternativa mais limpa”, alerta Viviane.

Viviane Morales é diretora administrativa da Lastro Agronegócios (Foto: Divulgação)

Os custos de produção poderiam subir em até 18%, afetando tanto a produção de grãos quanto de hortaliças e proteínas animais, como frangos e suínos. Além disso, a revisão ameaça prejudicar investimentos realizados por produtores que instalaram sistemas próprios de geração de energia limpa, viabilizados pelo modelo atual. Gustavo Venâncio, diretor comercial da Lastro, reforça que a energia gerada localmente reduz custos e contribui para práticas sustentáveis. “Ao produzir sua própria energia, o produtor consegue gerar crédito e baratear a operação, além de reduzir o impacto ambiental”, pontua.

De acordo com ela, o setor têm dialogado com o governo estadual para buscar alternativas que mitiguem os impactos das mudanças fiscais. “Entendemos a necessidade de ajustes, mas sugerimos a manutenção dos benefícios existentes durante o período de transição da Reforma Tributária”, afirma Viviane. Segundo Gustavo, o setor não pede novos incentivos, mas a preservação das condições atuais para garantir competitividade e sustentabilidade em um momento já desafiador para o agronegócio.

Fonte: Lastro Agronegócios, adaptado pela equipe FeedFood.

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