Análise do 3° semestre marca 115,1 pontos, mantendo sequência histórica
Calculado por período trimestral, o Índice de Confiança (IC Agro), indicador medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), encerrou o terceiro ciclo do ano em alta, com 115,1 pontos. Esse é o quarto trimestre consecutivo em que o indicador supera os 110 pontos, a sequência mais positiva da série histórica.
Com ascensão de 3,8, setor se aproxima do número recorde de 115,8 pontos, referente ao final de 2018. De acordo com a metodologia utilizada para a produção do estudo, os resultados indicam otimismo quando ficam acima de 100.
Em entrevistas realizadas entre agosto e setembro, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, falou sobre a melhora dos índices. “Em relação ao trimestre anterior, cresceu o entusiasmo em todos os segmentos pesquisados. Pesaram para isso o ressurgimento de boas expectativas para a economia brasileira e fatores diretamente associados ao agronegócio, como o aumento nos preços das commodities, impulsionado pelo câmbio, e as melhores condições de crédito”, afirmou.
Segundo a pesquisa, a confiança das indústrias ligadas ao agronegócio chegou a 118,7 pontos, alta de 6,0 em relação ao ciclo anterior e o melhor resultado da série histórica. O maior aumento ocorreu entre as empresas situadas no “pós porteira”, que praticamente igualaram o nível de otimismo já demonstrado pela indústria “antes da porteira”, durante ciclo anterior.
Na indústria “antes da porteira”, referente aos insumos agropecuários, as empresas mantiveram a confiança, com ascensão de 0,8, com o número final de 119,2 pontos. Otimismo alimentado pelo comportamento do setor, principalmente fertilizantes, que avançou de julho a setembro.
As empresas do agronegócio situadas “depois da porteira” apresentaram o maior aumento no nível de otimismo no 3º trimestre do ano, que chegou a 118,4 pontos, alta de 8,3. Número referente a melhora na percepção dos executivos com relação às condições gerais da economia brasileira. No momento em que as entrevistas para o estudo foram realizadas, esperava-se a aprovação da reforma da Previdência no Senado e se acreditava em avanços na reforma tributária ainda neste ano.
Outros aspectos que influenciaram tais aumentos, são a melhora nos indicadores de emprego e receita de venda dos hipermercados e supermercados, e o crescimento das exportações de café e grãos de janeiro a setembro deste ano, além das carnes, impulsionadas pela Peste Suína Africana, na China.
Para os produtores agropecuários, os ânimos se mantiveram em patamares elevados, com alta de 0,7 ponto, chegando a 110,2. Esse é o segundo maior resultado da série histórica, atrás apenas do recorde do 4º trimestre de 2018, que registrou 113,8 pontos.
Já o otimismo no âmbito dos produtores agrícolas cresceu 0,5, somando 112,2 pontos, graças a disponibilidade de crédito rural e queda das taxas de juros, facilitando o financiamento da produção.
De acordo com Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB, destaca-se também o aumento dos preços dos grãos, sustentados principalmente pela taxa de câmbio. “A relação de troca entre a produção e o pacote de insumos melhorou do ponto de vista dos produtores, o que refletiu em mais otimismo com relação aos custos. As cotações internacionais dos principais fertilizantes demonstraram tendência de queda, o que cria expectativas favoráveis para os agricultores”, complementa.
A confiança em relação a produtividade se mantém alta, apesar de ter recuado em relação ao trimestre anterior, mudança que pode ser atribuída à relativa demora na regularização das chuvas no período inicial de plantio em algumas das principais regiões produtoras.
Entre os pecuaristas, a pesquisa afirma que a faixa de confiança se mantém por quatro trimestre consecutivos, sequência inédita na série histórica para o segmento, que era notadamente pessimista até o final de 2018. Os resultados se sustentaram pelos bons ânimos relacionados ao crédito, à produtividade e aos preços, no último caso, corroborado pelos indicadores de mercado tanto para as carnes quanto para o leite.
Ocorreu, no entanto, uma queda de confiança relacionada aos custos de produção. A pesquisa firma que uma das razões para isso está nos preços do milho, que se mantiveram em alta mesmo durante a entrada da produção da safrinha no mercado e o preço médios do bezerro também sofreu aumento.
Fonte: A.I., adaptado pela equipe feed&food.