A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) atingiu um marco histórico ao ultrapassar a marca de 400 mil animais genotipados, consolidando seu papel de liderança na aplicação de tecnologias genômicas no Brasil. Essa conquista coloca o país em destaque no cenário global de melhoramento genético bovino. A ANCP, que registra entre 140 mil e 150 mil nascimentos por safra, realiza genotipagem em cerca de metade desses animais, evidenciando a confiança crescente dos produtores no uso da genômica, uma ferramenta agora considerada essencial para a otimização da produção e a tomada de decisões.
O pioneirismo da ANCP no uso da genômica remonta a 2009, quando, sob a liderança de Raysildo Lôbo, a associação já via o potencial da tecnologia para transformar a pecuária nacional. Em parceria com a Zoetis, a ANCP começou a genotipagem animal em 2011, implementando metodologias avançadas, como o método de passo único genômico em 2019. Essas inovações impulsionaram a associação para a vanguarda da genômica animal no Brasil, com impacto significativo no aprimoramento genético dos rebanhos.
A construção de uma base de dados sólida foi essencial para o sucesso da genômica na ANCP. Com quase 40 anos de informações de alta qualidade, a base de dados permitiu maior precisão na identificação de animais superiores e acelerou o processo de melhoramento genético. A tecnologia também encurtou os prazos para selecionar animais melhores, aumentando a eficiência da seleção genética e o ganho genético, especialmente em características difíceis de medir, como a eficiência alimentar e a maciez da carne.
O uso da genômica não se limitou aos rebanhos registrados pela ANCP; a tecnologia também se expandiu para outras raças zebuínas, como Brahman, Guzerá e Tabapuã, por meio de parcerias e projetos de pesquisa. A recomposição de pedigree e a redução dos custos de genotipagem possibilitaram a avaliação genética de rebanhos comerciais, otimizando a seleção de características de alto custo fenotípico. Com o avanço contínuo das ferramentas genômicas e a redução dos custos, a ANCP espera que a adoção dessa tecnologia se expanda, garantindo maior sustentabilidade e competitividade para a pecuária brasileira.
FONTE: ANCP, adaptado pela equipe FeedFood
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