Para garantir a sustentabilidade financeira, sanitária e ambiental na criação de peixes, a aplicação de protocolos de biosseguridade é essencial. Talita Morgenstern, médica-veterinária e coordenadora técnica de Aquicultura da MSD Saúde Animal, destacou que a prevenção de doenças e o controle de patógenos ajudam a evitar perdas produtivas e aumentam a segurança na piscicultura. Medidas fundamentais incluem o controle da densidade de cultivo, diagnósticos preventivos, higienização, qualidade da água e vacinação, criando um ambiente mais seguro para os animais e para a rentabilidade das operações.
Entre as práticas recomendadas, a limpeza e a desinfecção rigorosa das instalações são cruciais para conter doenças infecciosas. Produtos específicos são indicados para desinfetar equipamentos, tanques, veículos e áreas de acesso, evitando a propagação de patógenos. Em sistemas de cultivo intensivo, é importante desinfectar os tanques entre cada ciclo e sempre que um novo lote de peixes for introduzido. Além disso, cercas perimetrais ajudam a controlar o acesso de pessoas e animais, reduzindo o risco de contaminação externa.
A qualidade da água também é central para a biosseguridade. Fontes de água superficiais, como rios e lagos, apresentam maior risco de contaminação por poluentes e patógenos. Por isso, a água destinada à piscicultura deve ser desinfetada com químicos ou luz ultravioleta e monitorada regularmente quanto aos parâmetros físico-químicos, como temperatura, oxigênio dissolvido e pH. Talita destaca que a densidade de produção deve respeitar a capacidade de suporte do ambiente, pois o excesso de animais prejudica a qualidade da água, reduzindo os níveis de oxigênio e aumentando a concentração de amônia.
Além disso, o manejo adequado, com práticas de vacinação, é fundamental para o bem-estar dos peixes. Vacinas injetáveis, orais e de imersão protegem os peixes contra doenças infecciosas, sendo uma alternativa ao uso de antibióticos. Cada método possui particularidades em eficácia e custo, mas todos requerem equipamentos específicos e treinamento dos operadores para garantir uma resposta imunológica efetiva nos peixes, reforçando sua saúde e resistência a enfermidades.
Para garantir o sucesso desses protocolos, Talita ressalta a importância de capacitar a equipe em boas práticas sanitárias e de biosseguridade. “Programas de treinamento ampliam o conhecimento dos produtores e fortalecem a cadeia produtiva. Com as medidas adequadas, a piscicultura pode alcançar uma produção mais segura, sustentável e economicamente viável”, afirma.
Fonte: MSD, adaptado pela equipe FeedFood.
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