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Alta da demanda mundial é oportunidade para o Brasil

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CEOs ressaltaram a oportunidade de crescimento do País durante o Siavs

“Celeiro do mundo” – assim o Brasil é visto por seu potencial produtivo. A demanda crescente por alimentos, devido à alta da população mundial e da elevação da renda per capita, refletem nesta necessidade. Com isso, o País será beneficiado em todos os elos da cadeia.

As maiores empresas deste segmento BRF, JBS e Aurora Alimentos não duvidam deste destino. A avaliação dos CEOs destas companhias foi compartilhada durante o Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura (Siavs), que ocorreu entre os dias 27 e 29 de agosto, em São Paulo. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). 

O vice-presidente e diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, foi mediador dos debates e enfatizou a capacidade do setor de fazer frente ao aumento da demanda global: “O Brasil não vai abrir mão da responsabilidade que conquistou para a segurança alimentar mundial. A rastreabilidade é uma das principais garantias da qualidade e da sustentabilidade da nossa produção”.

“O que está por vir será muito melhor do que tudo que vimos na história”, pontua o presidente da ABPA, Francisco Turra, sobre crescimento do setor (Foto: reprodução)

Demanda mundial. Essa visão de crescimento da demanda é reforçada por dados já bem difundidos no setor:  até 2050, o planeta demandará 70% a mais de proteína animal do que é ofertado hoje. A estatística elucidou a apresentação do CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni. “O mundo vive um momento especial para as proteínas, com aumento do consumo. O desafio é estarmos preparados para atender essa demanda. O consumidor está cada vez mais exigente e consciente. Precisamos estar superfocados nessa nova geração, que busca uma alimentação mais saudável, se preocupa com o ambiente e com o bem-estar animal e quer garantia de origem”, aponta Tomazoni.
 
Economia emergente. Países como China e Índia tendem a se sobressair entre os principais importadores. Para o CEO Global da BRF, Lorival Luz, essa é uma oportunidade para o País se posicionar adequadamente para atender a demanda destes mercados emergentes. “Temos uma grande oportunidade de nos posicionarmos adequadamente para atender esse crescimento. Nossa credibilidade e imagem que vão fazer com que o Brasil consiga aproveitar as oportunidades. O desafio é atender a demanda mundial com regras de food safety e em linha com exigências dos principais mercados e clientes. É um movimento que leva tempo e exige maturidade”, enfatiza o executivo.

Já o CEO da Aurora Alimentos, Mario Lanznaster comenta os benefícios do sistema de integração. “Quando se organiza tudo direito, todos ganham, tanto a integradora como o integrado”, disse. Para o presidente da cooperativa, os resultados desse sistema são a produção padrão e programada, com garantia da entrega e apoio de assistência técnica especializada. “Podemos alimentar boa parte do mundo, correspondendo às exigências de cada mercado”, diz, exemplificando que países como China e Rússia não aceitam a utilização de ractopamina na dieta de suínos. 

Ganhos para toda a cadeia produtiva. Além das proteínas de origem animal, os demais gargalos do setor tendem a se beneficiar desta alta na demanda. Durante o Siavs, um dos painéis abordou a temática pontuando como os setores de grãos e proteínas podem se tornar ainda mais competitivos.

O diretor presidente da Coopavel, Dilvo Grolli traçou um paralelo entre a evolução do PIB brasileiro com a dos grãos. “Enquanto a economia cresceu 3% na soma dos últimos três anos, esse setor avançou 30%. É dez vezes mais”, pontua. Para o especialista em grãos, no entanto, ainda há grandes gargalos que devem ser trabalhados no Brasil.

Grolli destaca que as altas no setor de grãos ocorreram sem necessidade de desmatamento (Foto: reprodução)

“O agronegócio brasileiro está caminhando em um novo rumo. Temos de aproveitar a oportunidade para melhorar nossa logística, que é bastante complicada”, critica, citando o excessivo uso do modal rodoviário como um dos entraves “da porteira ao porto”.

O painel também contou com uma presença internacional: Justin Sherrard, estrategista global da Rabobank. O australiano analisou o cenário internacional e as tendências que surgem para o produtor brasileiro. “Embora ainda haja espaço para crescimento na China e no Sudeste Asiático, a África é o continente que terá mais demanda nos próximos anos”, informa. A tendência ao protecionismo, segundo ele, também deve ser olhada com cuidado – mas isso não significa que essa mudança na dinâmica do comércio exterior seja sempre negativa. “Cria incertezas, mas também oportunidades”, alerta.

No curto prazo, o analista também acredita que o surto de peste suína africana – que tem se disseminado pelo território asiático há cerca de um ano – pode trazem vantagens para o produtor brasileiro. “Haverá uma redução significativa na produção de suínos na China em função dessa doença. E isso vai impulsionar as importações”, diagnostica.

Fonte: A.I, adaptado pela equipe feed&food.