MERCADO

Conteúdo

Preços agropecuários do início do ano afetam o PIB do agronegócio

No 1º tri de 2024 foi apresentado uma redução de 2,2% em relação ao ano passado
feedfood

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro enfrentou uma pressão considerável devido aos baixos preços agropecuários no primeiro trimestre de 2024, conforme informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, junto a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

No período, o PIB do agronegócio brasileiro apresentou uma redução de 2,2% em relação ao ano passado, indicando um possível impacto na contribuição do agronegócio para o PIB nacional, estimada em cerca de 21,5% para este ano, comparada aos 24% registrados em 2023.

Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, o resultado do agronegócio foi influenciado sobretudo pelos menores preços, como também pela queda na produção de importantes produtos do setor, sobretudo na agricultura dentro da porteira.

Embora a queda de 3,83% no ramo agrícola, o setor foi compensado pelo desempenho no ramo pecuário, que registrou um avanço de 1,68%. O resultado foi impulsionado pelos segmentos agroindustrial e agrosserviços, que contribuíram para amenizar o impacto negativo no agronegócio como um todo.

FOTO; REPRODUÇÃO
Embora a queda de 3,83% no ramo agrícola, o setor foi compensado pelo desempenho no ramo pecuário, que registrou um avanço de 1,68 (Foto: reprodução)

No primeiro trimestre deste ano, o PIB dos insumos no agronegócio brasileiro caiu 4,9%, devido às desvalorizações de fertilizantes, defensivos agrícolas, máquinas agrícolas e rações. As indústrias de máquinas agrícolas e defensivos também enfrentaram uma redução na produção esperada.

No mesmo período, o PIB do segmento primário do agronegócio brasileiro apresentou uma queda de 3,43%, impactado tanto pela agricultura quanto pela pecuária. A agricultura foi afetada pela desvalorização de commodities como algodão, café, milho, soja e trigo, além da expectativa de redução na produção anual de milho e soja, apesar da diminuição nos custos com insumos.

Na pecuária, os preços de atividades importantes como bovinos para corte, leite e suínos também registraram baixa. No entanto, o declínio foi compensado pelo crescimento na produção de bovinos, ovos e leite, de acordo com os pesquisadores do Cepea/CNA.

No segmento agroindustrial, o PIB teve uma leve queda de 1,31%, devido ao declínio nas indústrias agrícolas (-2,81%), apesar do crescimento nas indústrias pecuárias (4,23%). Na agricultura, a redução foi causada sobretudo pelos preços mais baixos de produtos como óleo vegetal, biocombustíveis, celulose e papel, embora o aumento na produção e da diminuição nos custos com insumos. Já na pecuária, apesar da pressão nos preços, houve um aumento na produção de carnes, pescados, couro e calçados, e em menor escala, laticínios.

O PIB do segmento de agrosserviços caiu 1,57%. Neste caso, também houve descompasso entre os agrosserviços do ramo agrícola, que recuaram 3,98% no trimestre, e os agrosserviços do ramo da pecuária, que cresceram 3,91%. Contudo, de forma geral, os resultados refletem as dinâmicas dos segmentos a montante.

Fonte: Cepea, adaptado pela equipe FeedFood.

LEIA TAMBÉM:

Brasil amplia presença com exportações na Austrália

Imersão virtual na produção de proteína animal ganha destaque no Siavs 2024

Inscrições para o OVUM 2024 superam expectativas