O produtor de leite desempenha um papel fundamental na economia brasileira, contribuindo significativamente para o setor agropecuário e para o desenvolvimento econômico do país. Além de fornecer um dos principais alimentos da dieta nacional, a produção leiteira gera empregos, movimenta a cadeia produtiva e promove o desenvolvimento rural em diversas regiões.
A atividade leiteira também impulsiona a indústria de laticínios, agregando valor aos produtos lácteos e gerando divisas por meio das exportações. Dessa forma, o produtor de leite desempenha um papel crucial no fortalecimento da economia brasileira.
E para reivindicar pautas para este setor tão importante, mais de sete mil produtores rurais se reuniram na última segunda-feira (18), em Belo Horizonte (MG), no encontro do “Movimento Minas Grita pelo Leite”.
A iniciativa, liderada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), contou com o apoio da CNA, sindicatos rurais, cooperativas e mais de 80 autoridades dos poderes Executivo e Legislativo, reivindicou quatro pautas principais:
- Suspensão das importações dos países do Mercosul ou adoção medidas compensatórias e salvaguardas imediatas;
- Plano Nacional de Renegociação de Dívidas de todos os produtores de leite;
- Inserção permanente do leite nos Programas Sociais do Governo Federal;
- Ampliação da fiscalização no âmbito do Decreto 11.732/2023.
Ao fim do evento, os presentes assinaram um manifesto e iniciaram uma contagem para marcar quanto tempo o governo federal vai demorar para responder aos produtores.
O governador Romeu Zema anunciou mudanças no ICMS para laticínios que importam leite. “Nós temos laticínios em Minas Gerais que possuem um regime especial de tributação, uma vantagem com relação ao ICMS. Alguns deles importam leite e, a partir de hoje, vamos retirar o incentivo para isso. Para mim, isso é tratar justamente quem produz, paga imposto e gera emprego aqui em Minas Gerais”, disse.
O presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Faemg, Jônadan Hsuan Min Ma, explicou que o aumento da importação de leite começou no governo anterior e ganhou força no atual. “São inéditos 22 meses de aumento expressivo na importação de leite. Começou em julho de 2022, tendo crescido muito rapidamente. Chegamos ao limite de termos uma importação equivalente a 11% do consumo brasleiro de leite”, destaca.
Jonadan lembra que o governo federal editou em novembro um decreto que buscou diminuir os impactos e retirar incentivos dos laticínios que importam o leite. Mas diz que a medida pode ser insuficiente. “Tem que saber como vai fiscalizar. Até porque não é só a indústria de leite que importa, mas também os fabricantes de sorvete, os atacadistas etc”, diz.
“O Governo de Minas teve a sensibilidade de fazer a parte dele. E estamos aqui tentando sensibilizar o Governo Federal para enxergar o tamanho do problema. São 220 mil produtores de leite em Minas. No Brasil inteiro, 1,1 milhão. O Governo Federal precisa valorizar o produtor rural brasileiro e não o produtor argentino e uruguaio. Se continuar assim, certamente teremos desabastecimento muito em breve, e a conta será paga por muitos consumidores mineiros e brasileiros”, reforçou o presidente da Faemg, Antônio de Salvo.
Fonte: Faemg, adaptado pela equipe FeedFood.
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